As negociações entre os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, França, François Hollande, e da chanceler alemã, Angela Merkel, que decorreram esta sexta-feira, em Moscovo, sobre a crise na Ucrânia foram construtivas.
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Após uma reunião de cinco horas, para tentar chegar a um acordo sobre a crise na Ucrânia e terminar os combates, os líderes acordaram elaborar um texto para um futuro plano de paz.
Segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, os contactos para a elaboração do texto vão continuar este domingo por telefone entre os três líderes e Kiev.
A iniciativa de paz franco-alemã, apoiada pelos Estados Unidos da América e pela União Europeia, decorre dez meses após o início do conflito que já fez pelo menos 5300 mortos e que provocou uma crise internacional.
"Todos somos conscientes de que a primeira coisa a fazer é o cessar-fogo, mas não basta. É preciso encontrar um acordo global", tinha já afirmado o presidente francês antes da partida para a capital da Rússia.
A "nova proposta para resolver o conflito" prevê a "garantia territorial ucraniana", garantiu François Hollande, acrescentando que as opções diplomáticas não podem ser prolongadas indefinidamente. Por sua vez, a chanceler alemã disse estar empenhada em "pôr fim ao banho de sangue" e "manter vivo o acordo de Minsk", o único acordo de paz assinado tanto pelos ucranianos como pelos separatistas.
A situação é muito grave
"A situação é muito grave, é crítica e é urgente, por isso apoio plenamente as novas tentativas da chanceler Merkel e do presidente Hollande para encontrar uma solução política", disse o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg. Os separatistas pró-russos obtiveram ganhos importantes nas últimas semanas, explicou, graças a um aumento substancial de reforços.
Sobre uma eventual entrega de armas dos Estados Unidos da América à Ucrânia, Stoltenber disse apenas que a NATO dá apoio político e prático, ao mesmo tempo que reforça as suas capacidades militares.
"Focar-se apenas no armamento pode deitar achas à fogueira e afastar-nos ainda mais da solução desejada", afirmou a ministra da Defesa alemã, Ursula von der Leyen. "Na Ucrânia já há demasiadas armas", acrescentou, sublinhando que uma tal iniciativa do Ocidente teria como resposta um "reabastecimento dos separatistas potencialmente ilimitado".
Em visita a Bruxelas, o vice-presidente norte-americano, Joe Biden, defendeu, por seu turno, a necessidade de impedir a Rússia de "redesenhar o mapa da Europa".