A chanceler alemã, Angela Merkel, defendeu que a União Europeia deve ter um papel na resposta aos grandes desafios mundiais e cumprir o que promete para recuperar a confiança dos cidadãos.
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Merkel, que intervinha num fórum empresarial em Berlim, defendeu também a sua política de acolhimento de refugiados como uma questão de valores e princípios e a aposta do seu governo no futuro acordo de comércio livre com os Estados Unidos (TTIP), políticas que lhe têm valido fortes críticas internas.
Não se trata de a UE perseguir "grandes visões" ou "mudanças nos tratados", mas de ser "mais rápida" em "algumas decisões"
"Precisamos da UE como ator comum nas grandes perguntas sobre a evolução do mundo", disse a chanceler, depois de enumerar desafios como a crise migratória, os conflitos na Síria e na Ucrânia ou o fraco crescimento económico da Europa.
A chanceler precisou que não se trata de a UE perseguir "grandes visões" ou "mudanças nos tratados", mas de ser "mais rápida" em "algumas decisões", dando como exemplo a grande diferença de ritmo entre o progresso tecnológico e o desenvolvimento legal comunitário nessa matéria.
Por outro lado, acrescentou, é importante "implementar o que é acordado", porque o contrário deixa "as pessoas desconfiadas" e só cumprindo se recupera "a credibilidade" perante os cidadãos.
Na base das grandes questões do mundo atual, defendeu, está o grau de abertura que os países estão dispostos a ter.
Nesse contexto, o "Brexit", a decisão do Reino Unido de sair da UE, é "um primeiro passo para uma menor integração", e consequentemente um menor grau de abertura.
Para que o Reino Unido possa ter acesso ao mercado comum, frisou, tem de aceitar e aplicar "as quatro liberdades fundamentais" da UE, que incluem "a liberdade de circulação de pessoas" que Londres rejeita.