Um mercado de falsos passaportes sírios surgiu recentemente, designadamente na Turquia, para facilitar a entrada de migrantes e refugiados na União Europeia.
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"Há hoje em dia pessoas que estão na Turquia e compram falsos passaportes sírios porque evidentemente compreenderam que há um efeito positivo, uma vez que os sírios têm direito de asilo em todos os Estados membros da UE", disse, esta terça-feira, o chefe da agência europeia de controlo de fronteiras, a Frontex, Fabrice LeggeriL.
"As pessoas que utilizam falsos passaportes sírios falam muitas vezes árabe. Podem ser do norte de África ou do Médio Oriente, mas têm mais o perfil de migrante económico", acrescentou, em declarações à rádio francesa Europe 1.
O responsável considerou, no entanto, que esse mercado de passaportes falsos não constitui, para já, um problema de segurança para a UE.
"Não temos atualmente elementos objetivos para dizer que potenciais terroristas entrem na Europa dessa forma", disse, acrescentando que é contudo necessário manter a "vigilância em todas as fronteiras".
Leggeri reiterou por outro lado o apelo aos Estados membros para o envio de mais guardas de fronteira para a Grécia, para permitir o registo de todos os migrantes que chegam ao país.
"Face ao afluxo, há uma saturação dos sistemas de registo e os migrantes não são todos registados. Temos uma ideia das nacionalidades (...), mas não temos uma visão completa de quem entra e do verdadeiro perfil desses migrantes", disse.
O responsável concordou por outro lado com a advertência feita na segunda-feira pela chanceler alemã, Angela Merkel, quando disse que se os países membros não aceitarem repartir equitativamente os refugiados entre si vai pôr em causa o espaço de livre circulação Schengen.
"É um risco que aumenta todos os dias, quando vemos multiplicarem-se as patrulhas policiais ao longo das fronteiras internas", disse.
"Se as fronteiras externas não puderem ser geridas de forma solidária entre os Estados membros, há o risco de cada Estado retomar o controlo das suas fronteiras nacionais, o que não vai ser mais eficaz", acrescentou.