
Milhares de manifestantes protestaram, este sábado, em Caracas, contra o governo Venezuelano
Christian Veron/REUTERS
Milhares de opositores ao presidente venezuelano, Nicolas Maduro, saíram novamente à rua, este sábado, em Caracas, para protestarem contra o Governo. Entre terçã e sexta-feira, 67 pessoas foram detidas.
Logo no início da manifestação, membros da oposição roubaram uma câmara de televisão da equipa que estava a trabalhar para a televisão pró-governamental VTV.
Entre os manifestantes, estava Victoria Paez, 26 anos, que usou um boné do candidato da oposição Henrique Capriles nas últimas eleições presidenciais e que agora está afastado da nova corrida eleitoral pela justiça.
"Todos os dias, o governo dá-nos mais razões para sairmos de casa e protestar", afirmou Paez, que ganha menos de 20 dólares (cerca de 18,8 euros, à taxa de câmbio atual) como engenheira química. Adiantou que está a pensar juntar-se à irmã e colegas de faculdade que deixaram o país da América do Sul para encontrar um futuro melhor.
Enquanto Paez afirmou que tinha esperança que o mundo começasse a ver que havia injustiça na Venezuela, o seu pai, Carlos Paez, é mais pessimista.
"Infelizmente, se tiver de haver um derramamento de sangue para o governo mudar, tal não será a primeira vez na história", afirmou.
Entretanto, 67 pessoas permanecem detidas na Venezuela, devido às manifestações, disse à agência de notícias espanhola Efe o diretor-geral da organização não-governamental (ONG) Foro Penal Venezolano, Alfredo Romero.
"De quatro a sete de abril foram detidas 105 pessoas, todos em manifestações, dos quais 67 continuam presos", avançou Romero, que sublinhou que este balanço inclui duas pessoas presas na sexta-feira no Estado de Carabobo (centro do país).
O advogado assegurou que metade dos detidos não tinha sido levada a tribunal e que uma dezena estava hoje a cumprir esse procedimento.
