Milhares de judeus reuniram-se em Londres para a assinalar o 7 de outubro de 2023
Milhares de judeus reuniram-se hoje em Trafalgar Square, Londres, em vésperas do segundo aniversário do ataque do grupo islamita Hamas contra Israel, que, em 07 de outubro de 2023, causou 1.200 mortos e 251 sequestrados.
Corpo do artigo
O ataque desencadeou a guerra em Gaza, na qual se estima que mais de 66.000 palestinianos tenham morrido às mãos do exército israelita.
Organizado pela Junta de Deputados dos Judeus Britânicos, os participantes na iniciativa acenderam velas e ouviram discursos de líderes religiosos e familiares de reféns capturados pelo Hamas.
Phil Rosenberg, presidente da Junta, pediu união diante do atentado ocorrido na última quinta-feira contra uma sinagoga em Manchester, no noroeste de Inglaterra, no qual morreram dois fiéis, o atacante e três pessoas ficaram feridas.
"Perante esta perda, a nossa comunidade mantém-se firme, determinada a defender o direito de Israel a existir em segurança e paz, e a combater o antissemitismo onde quer que ele apareça", afirmou.
Incitamento ao ódio
Rosenberg criticou os protestos pró-palestinianos que, contrariamente aos apelos das autoridades, ocorreram no sábado em Londres e em Manchester, qualificando-os como "quase uma celebração pelo atentado no [dia sagrado judaico de] Yom Kipur".
O líder pediu ao governo britânico que investigasse as pessoas detidas nas manifestações por possíveis crimes de incitação ao ódio.
Quase 500 manifestantes foram detidos no sábado em Londres por apoiarem o grupo pró-palestiniano "Palestine Action", proibido em julho último depois de ter vandalizado aviões numa base militar e boicotado o fornecimento de armas a Israel.
A ministra do Interior, Shabana Mahmood, repreendeu hoje os participantes por não respeitarem o luto da comunidade judaica e anunciou que concederá mais competências à polícia para proibir ou restringir futuras manifestações.
O Governo irá alterar a lei para permitir que os agentes possam ter em conta fatores como "o efeito cumulativo" das manifestações e o seu impacto nos bairros ao decidir se as autorizam e em que condições.
Também em Manchester, centenas de judeus reuniram-se hoje assinalando o segundo aniversário do massacre em Israel e em solidariedade para com as vítimas do ataque terrorista na sinagoga, perpetrado pelo britânico-sírio Jihad Al-Shamie, inspirado, segundo a polícia, por "ideologia islâmica".
Entretanto, um incêndio que danificou uma mesquita no sul da Inglaterra na noite de sábado está a ser tratado como um "crime de ódio" pela polícia, informaram as autoridades policiais.
"Foram causados danos significativos à mesquita", localizada na cidade costeira de Peaceheaven, bem como num veículo estacionado do lado de fora, informou a polícia, sublinhando não haver danos pessoas a lamentar embora várias pessoas estivessem no interior da mesquita.
A polícia divulgou imagens de duas pessoas encapuçadas que envergavam roupas escuras e se aproximaram da porta de entrada da mesquita antes de pulverizarem um produto e atear fogo.
"Trata-se de um ataque terrível", afirmou o inspetor de polícia Gavin Patch, acrescentando que o incidente está a ser tratado "como um incêndio criminoso com intenção de colocar vidas em risco".
Para a ministra do Interior, Shabana Mahmood, os factos são "muito preocupantes".
"Numa altura como esta, temos de permanecer unidos", escreveu a governante na rede social X. "Os ataques contra os muçulmanos britânicos são ataques contra todos os britânicos e contra o próprio país", acrescentou.
A presença policial foi reforçada perto da mesquita e "patrulhas adicionais foram mobilizadas para tranquilizar outros locais de culto" da região, informaram as autoridades.
Um porta-voz da mesquita disse estar "profundamente triste" com o ataque, pedindo "a todos que rejeitem a divisão e respondam ao ódio com unidade e compaixão".
O incêndio ocorreu três dias depois do ataque a uma sinagoga em Manchester, no norte da Inglaterra, quando Jihad Al-Shamie, um britânico de origem síria de 35 anos, conduzia um carro e atropelou várias pessoas que se encontravam em frente ao edifício, antes de atacar vários fiéis com uma faca.
Um representante da comunidade judaica britânica, Phil Rosenberg, "condenou sem reservas" o incêndio da mesquita, sublinhando que "todas as comunidades religiosas têm o direito de praticar a sua fé sem medo".
"O nosso país é melhor do que isso", concluiu.