Milhares de pessoas manifestam-se em Bruxelas por uma política climática mais ambiciosa
Milhares de pessoas participaram, este domingo, na Marcha pelo Clima, em Bruxelas, com mais de 100 organizações a pedirem ao Governo belga e à União Europeia (UE) que promovam políticas climáticas mais ambiciosas, com mais fundos públicos.
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"Pedimos aos governos belga e europeu que invistam no nosso futuro, e não na sua destruição", disse a vice-presidente da Coligação para o Clima, Nadia Cornejo, aos meios de comunicação locais.
Os manifestantes concentraram-se ao início da tarde na Gare du Nord, em Bruxelas, e marcharam até ao parque do Bairro Europeu, onde se realizaram apresentações e concertos.
De acordo com os organizadores, 30 mil pessoas participaram na marcha, enquanto a polícia estimou 20.000 participantes.
"O Pacto Verde [Europeu] surgiu graças aos protestos de 2019 e, com ele, toda uma série de leis, como a lei da desflorestação, leis para a proteção e recuperação da natureza, assim como subsídios para reformas residenciais", acrescentou Cornejo à emissora RTL.
Ainda assim, algumas destas leis foram afetadas pelo novo rumo tomado pela Comissão Europeia e pelos Estados-membros da UE.
"A lei antidesflorestação foi adiada por um ano e será provavelmente adiada por mais um. No geral, há menos apoio à ação climática: há menos subsídios, por exemplo, para reformas e menos despesas orçamentais anunciadas para apoiar a proteção da natureza e da biodiversidade", denunciou o ativista.
A Coligação para o Clima denunciou também a atribuição de "mil milhões de euros" em subsídios aos combustíveis fósseis e exigiu que a Bélgica apoie a meta de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa em 90% até 2040.
A organização, uma das promotoras da manifestação, reclamou ainda uma posição ambiciosa da Europa na próxima cimeira do clima (COP), a realizar no Brasil em novembro próximo.
De acordo com um inquérito da RTL, 62% dos cidadãos belgas desejam uma maior intervenção das autoridades e dos governos pelo clima, enquanto 67% indicaram que as alterações climáticas já afetam o seu dia a dia.