Milhares de russos estão presos "sem nenhuma razão legal" e nos últimos três anos 14261 pessoas foram perseguidas de forma ilegal, reconheceu o procurador-geral da Rússia, Iuri Tchaika.
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"Existem pessoas que passam anos sob detenção sem nenhuma razão legal", sublinhou o procurador-geral da Rússia, citado pela agência noticiosa estatal Ria-Novosti, acrescentando que "nos últimos três anos, 14261 pessoas foram perseguidas pela justiça em total ilegalidade".
Mais de 4600 pessoas foram interrogadas e detidas de forma ilegal durante o mesmo período, acrescentou Iuri Tchaika, que falava perante os deputados da Duma, a câmara baixa do parlamento russo.
"É o estilo de trabalho dos polícias russos: se alguém parece suspeito, não se preocupam em procurar provas da sua culpabilidade, são imediatamente detidos", declarou à agência noticiosa AFP Valeri Borchtchov, um ativista russo dos direitos humanos.
"Os funcionários responsabilizados pelos 'dossiers' também trabalham da mesma forma. Dão seguimento ao processo, mesmo apercebendo-se que a detenção foi ilegal", afirmou.
"De forma geral, quem já esteve algum tempo em detenção provisória não será libertado", sublinhou Valeri Borchtchov.
O sistema judicial russo é alvo de frequentes críticas de ativistas russos e ocidentais dos direitos humanos, que denunciam designadamente a corrupção e os abusos das forças de segurança e ainda as condenações com motivos políticos destinadas a silenciar opositores aos poderes estabelecidos.