Milhares de turistas estrangeiros deixaram a Tunísia, no dia seguinte a um atentado num hotel reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico), que causou 38 mortos, incluindo 15 britânicos.
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Trinta e nove pessoas ficaram feridas, das quais 25 britânicos, sete tunisinos e três belgas, de acordo com o Ministério da Saúde tunisino.
Cerca de 20 mil britânicos realizavam viagens organizadas na Tunísia no momento do drama, além de várias pessoas que viajavam a título individual, indicou a associação das agências de viagens britânicas ABTA.
Esta noite, as empresas 'Thomson', 'First Choice' e 'Jet2' repatriaram cerca de 1.200 pessoas. Até domingo, deverão deixar a Tunísia pelo menos 2.500 clientes destas operadoras, disseram.
A polícia britânica Scotland Yard enviou "um grande número de agentes para a Tunísia para ajudar as autoridades tunisinas e conduzir um inquérito próprio", de acordo com um porta-voz.
Ao todo, 17 vítimas foram identificadas, indicou o Ministério da Saúde tunisino, que não forneceu um número por nacionalidade, limitando-se a afirmar que se contavam vítimas "de nacionalidade britânica, alemã, irlandesa, belga e portuguesa".
As vítimas estavam na praia ou nas piscinas do hotel Riu Imperial Marhaba, em Port El Kantoui, perto de Sousse (140 quilómetros a sul de Tunes), quando um estudante tunisino disparou e perpetrou o pior atentado da história recente do país.
Este ataque representa um novo golpe contra o setor vital do turismo, três meses depois do atentado contra o museu do Bardo em Tunes (22 mortos, incluindo 21 turistas), também reivindicado pelo EI.
Já em menor número nas costas tunisinas desde a revolução da 'primavera árabe' em 2011, os turistas começaram a sair do país esta madrugada e continuaram ao longo do dia.
O operador belga 'Jetair' - que anunciou a anulação de todos os voos para a Tunísia até 31 de julho - deverá terminar esta operação de repatriamento de cerca de dois mil clientes, dos quais 1.200 já saíram do país, durante a manhã de domingo.
Outros 800 devem partir durante a noite para a Bélgica, que emitiu um aviso aos cidadãos a desaconselhar as viagens para a Tunísia.
"Se estivesse no seu lugar (dos turistas), nunca mais metia os pés na Tunísia neste período. É normal que saiam rapidamente depois desta catástrofe. Vêm passar férias ou morrer?", afirmou um comerciante de Sousse.
Esta noite, em Tunes, cerca de 200 tunisinos concentraram-se, após um apelo da Frente Popular (esquerda), num protesto contra o extremismo.
"A Tunísia é livre, terrorismo fora", gritavam os manifestantes.
O atentado na Tunísia ocorreu ao mesmo tempo que outro, reivindicado pelo EI, contra uma mesquita xiita no Kuwait, que causou 26 mortos, e também de um ataque em França (um morto), três dias antes do primeiro aniversário do "califado" proclamado pelo EI em territórios na Síria e no Iraque.