O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu pôr fim à “invasão” que considera representar a imigração ilegal, um dos seus principais temas de campanha, num comício em Washington, na véspera de tomar posse.
Corpo do artigo
“Vamos acabar com a invasão das nossas fronteiras”, disse Trump, perante milhares de apoiantes reunidos no chamado 'Comício da Vitória'. O homem de negócios que se tornará o 47.º presidente dos Estados Unidos ao meio-dia desta segunda-feira prometeu emitir uma centena de ordens executivas no seu primeiro dia na Casa Branca.
“Agirei com uma rapidez e uma força sem precedentes”, declarou o multimilionário republicano de 78 anos, perante uma multidão entusiasta, nas bancadas da Capital One Arena, um recinto de 20 mil lugares onde habitualmente se realizam jogos de basquetebol, hóquei no gelo e concertos, no centro de Washington.
Retomando os temas dos seus discursos de campanha que o ajudaram a ser eleito em 5 de novembro de 2024, contra a candidata democrata, a vice-presidente cessante, Kamala Harris, num país altamente polarizado, Donald Trump prometeu “resolver todas as crises que o país enfrenta”.
“Temos de o fazer”, afirmou.
Prometeu também impulsionar a produção de petróleo e travar as “ideologias ‘woke’ da esquerda radical”.
“Ganhámos!”, exclamou o presidente eleito republicano aos milhares de apoiantes na capital federal norte-americana, acrescentando: “Gostamos de ganhar, não é?”.
Antes de tomar posse para o seu segundo mandato presidencial (2025-2029), o antigo promotor imobiliário e empresário, que a Constituição impede de se recandidatar após dois mandatos, mesmo não sendo consecutivos, quis saborear uma última vez a atmosfera de alta voltagem da sua campanha vitoriosa.
Segundo o diário norte-americano "Wall Street Journal", Trump vai declarar o estado de emergência na fronteira com o México na segunda-feira e irá igualmente abolir alguns programas destinados a promover a diversidade no Governo federal e levantar as restrições à exploração petrolífera.
Outra medida esperada: indultos para os condenados que invadiram o Capitólio a 6 de janeiro de 2021, numa tentativa de impedir a certificação da vitória presidencial do candidato democrata, Joe Biden, nas eleições de 2020.
Num longo discurso, Donald Trump garantiu aos seus apoiantes que vão ficar “muito felizes” com a decisão que tomará acerca dessa matéria na segunda-feira.
Entre aplausos, Trump considerou também necessário “salvar o TikTok”, algumas horas depois de ter prometido suspender a aplicação da lei que proíbe nos Estados Unidos aquela rede social, que esteve inacessível durante algumas horas no fim de semana.
O presidente eleito chamou ao palco o multimilionário da tecnologia Elon Musk, confirmando a enorme influência política obtida pelo homem mais rico do mundo durante uma campanha que financiou.
O dono da rede social X (antigo Twitter), da marca automóvel Tesla e da SpaceX, que será responsável por consultoria para reduzir a despesa pública, declarou que o objetivo da nova presidência Trump é tornar a América “forte para os séculos vindouros”.
No final da concentração, a banda Village People subiu ao palco para interpretar a canção “YMCA”, que se tornou um dos hinos de campanha do candidato republicano.