Manifestação antidroga junta milhares em homenagem a jovem assassinado em Marselha

Manifestantes homenagearam vítima do tráfico
Foto: Clement Mahoudeau / AFP
Milhares de pessoas reuniram-se, este sábado, em Marselha, França, para homenagear o jovem assassinado no passado dia 13. Mehdi Kessaci, irmão de um ativista antidrogas, morreu aos 20 anos e o crime gerou apelos, em todo o país, para combate ao tráfico de drogas.
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Foram muitas as pessoas que saíram à rua para pedir "justiça pelo Mehdi", de 20 anos, que morreu a tiro, no dia 13 de novembro. Embora a investigação ainda esteja a decorrer, as autoridades consideram, para já, que o crime possa estar relacionado com o ativismo antidrogas.
"Exijo justiça pelo Mehdi. Exijo justiça pelo Brahim, o meu outro irmão assassinado. Exijo justiça por todas as vítimas. Exijo segurança para a minha família", afirmou o ativista antidrogas e irmão da vítima, Amine Kessaci, que se dedicou à causa depois de o seu meio-irmão, Brahim, ter sido assassinado, em 2020, também na sequência de crimes de tráfico de droga.

Manifestantes usaram t-shirts brancas (Foto: Sebastien Nogier/EPA)
No local, cerca de seis mil manifestantes realizaram um minuto de silêncio em memória do jovem assassinado este mês e várias pessoas foram deixando flores brancas no lugar onde Mehdi foi morto. "O meu coração está despedaçado. Estou inconsolável. Nenhuma mãe quer ver os seus filhos morrerem antes dela. Peço ao Governo que compreenda a gravidade de tudo o que está a acontecer. Isto tem de acabar, por todas as famílias afetadas por essa praga", disse Ouassila Benhamdi, mãe de Mehdi e Brahim.

Amine Kessaci, irmão da vítima, beija a mãe, Ouassila Benhamdi Kessaci (Foto: AFP)
"Cidade de tráfico"
Desde o início do ano, já morreram mais de 12 pessoas, em Marselha, devido a problemas relacionados com o tráfico de droga. A morte de Mehdi voltou a chamar a atenção para os problemas relacionados com o tráfico de droga.
Várias figuras políticas estiveram presentes na homenagem. "O medo não pode nos vencer. Devemos resistir e lutar contra eles, travar uma guerra contra aqueles que matam por dinheiro", afirmou o presidente da Câmara de Marselha, Benoit Payan, que se recusa que o município seja conhecido como "cidade de tráfico".
O presidente francês, Emmanuel Macron, instou o país a tomar medidas e a adotar estratégias como as que usou com o terrorismo.
Para a ativista Anne-Marie Tagawa, de 72 anos, que participou na homenagem, o encontro serviu como um "momento de reflexão", mas também para dizer que a comunidade não está confortável "com o que está a acontecer".

