A Guarda Nacional norte-americana começou esta terça-feira a chegar a Washington, por ordem presidencial, enquanto a autarca da capital e a procuradora-geral discutiam "uma estratégia" de combate à criminalidade, que Donald Trump alega estar descontrolada.
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Depois de Trump ter colocado sob controlo federal a força policial da capital, a procuradora-geral, Pam Bondi, reuniu-se com a autarca Muriel Bowser, que afirmou pretender concentrar-se no "reforço federal e em como aproveitar ao máximo o apoio adicional de polícias".
A presidente do município de Washington, D.C. (Distrito de Columbia) garantiu que a cidade tem "os melhores polícias para liderar o esforço de integração das forças federais que serão acrescentadas".
Os meios de comunicação social norte-americanos deram conta da chegada a Washington dos primeiros elementos da Guarda Nacional, um contingente de militares da reserva, parte de 800 agentes prometidos por Trump na tentativa de "retomar o controlo" da capital federal.
Para apoiar as patrulhas noturnas, o presidente norte-americano ordenou ainda o envio de agentes da agência de investigação federal (FBI) e do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE).
A autarca Muriel Bowser considerou a intervenção federal "perturbadora e sem precedentes", mas ainda assim afirmou que ia cooperar com o governo republicano dentro dos limites da lei.
Ao contrário dos 50 Estados norte-americanos, o município de Washington D.C. possui uma relação especial com o Estado federal, um estatuto que limita a autonomia.
Na segunda-feira, Trump invocou a Lei de Autonomia do Distrito de Columbia e colocou o Departamento de Polícia do Distrito de Columbia (MPD) sob controlo federal. Justificou a adoção de medidas excecionais para Washington por a cidade se encontrar, como afirmou, "invadida por gangues violentos".
Embora as estatísticas oficiais mostrem uma diminuição da criminalidade violenta em Washington no último ano, o presidente norte-americano declarou estar a invocar uma medida que o autoriza a assumir o controlo do policiamento desta cidade com um estatuto especial.
O líder da minoria democrata na Câmara de Representantes, Hakeem Jeffries, criticou a decisão do presidente, afirmando que este não tem "credibilidade na questão da lei e da ordem" e que os homicídios na capital estão nos níveis mais baixos em 30 anos.
O presidente republicano também prometeu que a iniciativa não se limitará a Washington, onde decretou o estado de emergência, e ameaçou seguir o mesmo processo com outras cidades de maioria democrata, como Nova Iorque, Chicago e Los Angeles.
Em junho, Trump já tinha mobilizado a Guarda Nacional da Califórnia, contra a opinião do governador democrata, Gavin Newsom, afirmando querer repor a ordem em Los Angeles, na sequência de protestos contra detenções de imigrantes pelo ICE.