Ministra da Educação francesa criticada por comentário sobre ter tirado filhos da escola pública
A ministra francesa Amélie Oudéa-Castéra, titular da pasta do Desporto desde 2022 e que na recente remodelação governamental ficou também com a responsabilidade da Educação, está a ser alvo de duras críticas por alguns comentários sobre a decisão de retirar os filhos da escola pública.
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Oudéa-Castéra justificou a sua decisão de transferir os filhos da escola pública para um centro católico privado em Paris, também considerado elitista e muito conservador, pela frustração gerada pelo número de horas de aula perdidas devido à falta de professores. “A certa altura fartámo-nos, tal como centenas de milhares de famílias que, a dada altura, optaram por procurar uma solução diferente”, justificou a ex-tenista quando questionada pela imprensa sobre a formação dos filhos, de acordo com o jornal espanhol "El Mundo".
A governante fez este comentário poucas horas depois da transferência de competências com o anterior ministro da Educação e agora novo primeiro-ministro, Gabriel Attal, durante uma visita que ambos fizeram a um centro educativo no departamento de Yvelines. O objetivo da transferência da pasta visava mostrar que, apesar da adição de tarefas de educação a uma pasta já bastante carregada pela organização dos Jogos Olímpicos de 2024, a educação continuaria a ser uma prioridade governamental.
No entanto, o comentário acabou por ocupar o centro das atenções. A secção educativa da CGT, o segundo maior sindicato do país, qualificou de "incríveis" os comentários da ministra. "É incrível! De quem é a culpa por haver tantas horas não preenchidas no setor público? É a sua política de cortes de empregos e presentes para o setor privado! Declaração lamentável e indigna da nova ministra da Educação nacional!", expressou a CGT Educación na rede social X.
“Simplesmente louco”, criticou o deputado ambientalista Julien Bayou, enquanto a porta-voz da França Insoumise na Assembleia Nacional, Mathilde Panot, acusou a ministra de agir com um “cinismo arrepiante”.