A ministra do Trabalho de Espanha, Yolanda Díaz, acredita que a "herança universal" serviria para estudar ou criar uma empresa e permitir a "igualdade de oportunidades."
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Yolanda Díaz, ministra do Trabalho de Espanha, tem mais de 100 medidas no programa eleitoral do Movimiento Sumar, liderado pela governante, para as próximas eleições gerais de 23 de julho. Entre elas estão uma “herança universal” para todos os jovens a partir dos 18 anos, dois milhões de habitações a baixo custo em dez anos e uma linha telefónica para “homens em crise”.
Díaz é militante no Partido Comunista Espanhol, ministra do Trabalho de Pedro Sánchez e planeia conduzir o Sumar à vitória nas próximas legislativas.
Só a iniciativa de apoio aos jovens custaria a Espanha 10 mil milhões de euros. O objetivo seria garantir a “igualdade de oportunidades”, independentemente da origem familiar ou dos rendimentos. O pagamento começaria aos 18 anos e seria prolongado até aos 23, acompanhado de apoio administrativo para ajudar os jovens a investir o dinheiro nas áreas pretendidas.
“Trata-se de permitir que os jovens tenham um futuro e de lhes dar a oportunidade de estudar ou de criar uma empresa, sem que isso dependa do apelido ou da família de origem”, explicou a ministra. “É por isso que propomos que as pessoas recebam 20 mil euros quando fizerem 18 anos, para que possam desenvolver-se, seja a estudar ou a criar uma empresa”, acrescentou Yolanda Díaz. “Esta é uma medida redistributiva que permitirá que os jovens do nosso país tenham um futuro, independentemente do seu apelido”, assinalou.
A proposta fez virar as cabeças de ambos os espectros da política espanhola. Nadia Calviño, ministra da Economia do Governo de coligação socialista, questionou como é que a medida funcionaria na prática. “Qualquer pessoa que proponha dar subsídios ou subvenções sem qualquer tipo de restrições no que diz respeito a níveis de rendimento ou objetivos tem de explicar como é que isso seria financiado, porque vamos ter de continuar com uma política fiscal responsável nos próximos anos”.
Medidas de habitação e proteção de mulheres
O Sumar pretende ainda implementar “ações dirigidas aos homens” para “prevenção da violência masculina”. O movimento sugere a criação de uma linha telefónica para “homens em crise”, para que possam receber o “apoio profissional necessário”. A coligação explica que não é uma linha para agressores, mas sim para ajudar os homens a lidar com frustrações ou situações extremas e evitar que estas se transformem em violência contra as mulheres.
Díaz propôs também alterações à Lei da Habitação que entrou em vigor em maio e a construção de dois milhões de novas habitações a baixo custo em dez anos. Muitas delas serão construídas de raiz e a ministra prevê um investimento de 1% do PIB.