Ministra islandesa demite-se após revelar que teve um filho aos 23 anos com adolescente de 15
A ministra da Infância da Islândia demitiu-se, na sexta-feira, depois de admitir que teve um filho com um adolescente de quem era conselheira num grupo religioso há mais de 30 anos.
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Numa entrevista aos meios de comunicação islandesas, Ásthildur Lóa Thórsdóttir disse que conheceu e iniciou um relacionamento com o rapaz de 15 anos, identificado como Eirík Ásmundsson, enquanto trabalhava no grupo religioso Trú og líf (Religião e Vida, em tradução livre), onde entrou por causa de uma vida familiar difícil. Deu à luz o filho de ambos quando o adolescente tinha 16 anos e ela 23.
A relação era secreta, mas Ásmundsson esteve presente no nascimento do filho e passou o primeiro ano com ele. No entanto, isso mudou quando Thórsdóttir conheceu o seu atual marido. Ásmundsson enviou documentos ao Ministério da Justiça da Islândia a solicitar o acesso ao filho, mas Thórsdóttir negou, ao mesmo tempo que solicitou e recebeu pagamentos de pensão de alimentos do mesmo ao longo dos 18 anos seguintes.
"Já passaram 36 anos, muitas coisas mudaram neste tempo e eu teria definitivamente lidado com estas questões de forma diferente hoje", disse a mulher de 58 anos, na mesma entrevista.
Uma familiar de Ásmundsson tentou entrar em contacto duas vezes com a primeira-ministra islandesa Kristrún Frostadóttir sobre o relacionamento na semana passada. Frostadóttir disse que quando a mulher revelou que envolvia uma ministra do governo islandês, pediu mais informações, o que levou à revelação e à demissão.
Frostadóttir disse à imprensa que este era "um assunto sério", embora tenha dito que sabia pouco mais do que "uma pessoa comum". "Este é um assunto muito pessoal [e] por respeito à pessoa em questão, não vou comentar o conteúdo", disse. Segundo o jornal "Visir", Frostadóttir disse que só recebeu a confirmação da história na noite de quinta-feira e convocou imediatamente Thórsdóttir ao seu gabinete, onde se demitiu.
Na entrevista na noite de sexta-feira, Thórsdóttir disse estar chateada por a mulher ter contactado a primeiro-ministra. "Percebo o que parece", disse, acrescentando que é "muito difícil contar a história certa nas notícias hoje em dia".
Embora a idade de consentimento na Islândia seja de 15 anos, é ilegal ter relações sexuais com uma pessoa menor de 18 anos se for o seu professor ou mentor, se estiver financeiramente dependente de si ou trabalhar para si. A pena máxima para este crime é de três anos de prisão.
Apesar de ter renunciado ao seu cargo ministerial, Thórsdottir disse não ter planos para abandonar o parlamento.