O ministro do Interior belga comparou as detenções dos terroristas Salah Abdeslam e Mohamed Abrini, desaparecidos durante meses, com os "judeus que se esconderam na Bélgica durante a ocupação nazi".
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Meios de comunicação belgas, como a televisão RTL, criticaram as declarações do ministro e o jornal "La Libre" recomendou a Jan Jambon ter "certos cuidados oratórios" para evitar "comparações desastrosas".
Em resposta, o ministro do Interior defendeu-se, alegando que não pretendia estabelecer um paralelismo entre os terroristas e os judeus durante a Segunda Guerra Mundial que "se escondiam e, graças ao apoio da população, conseguiam permanecer muito tempo na clandestinidade".
Jan Jambon declarou no entanto, que "os judeus enfrentavam um regime de terror que estava constantemente à sua procura e que felizmente não os encontrava".
A comparação polémica do membro do Governo belga aconteceu no sábado, mas só começou a gerar polémica depois de as declarações terem sido divulgadas por um estudante na sua conta do Twitter.
A comunidade judaica, citada no diário israelita "Haaretz" condenou as declarações "desastrosas" de Janbom, considerando que são "incompreensíveis e chocantes para todos os que deram refúgio aos judeus durante a ocupação, arriscando a vida".
O gabinete do ministro garantiu não teve a "intenção de atingir a população judaica do país".
Em 2004, outras declarações de Janbom também geraram controvérsia, quando o ministro referiu que os colaboradores dos nazis "tinham as suas razões".