Ministro britânico criticado por pedir que adeptos LGBTI+ mostrem respeito no Catar
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, James Cleverly, foi criticado após ter pedido aos adeptos LGBTI+ que devem mostrar respeito ao Catar, caso participem no Mundial de 2022. A homossexualidade é ilegal no país muçulmano que vai receber o Mundial de 20 de novembro a 18 de dezembro.
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James Cleverly foi questionado, esta quarta-feira, sobre os direitos humanos e LGBTI+ do país, e sobre a detenção do ativista britânico Peter Tatchell, após organizar um protesto LGBTI+ em Doha.
Em declarações ao canal de televisão britânico Sky News, o ministro afirma que acha importante "quando se é visitante de um país, respeitar a cultura da nação anfitriã".
Mais tarde, reafirma na rádio LBC que com um pouco de flexibilidade e compromisso de ambas as partes "é possível ter um Mundial apaixonante" e que falou com as autoridades do Catar sobre os adeptos LGBT de futebol e como serão tratados.
As suas palavras foram criticadas por deputados e várias associações de defesa dos direitos das pessoas LGBT.
A ministra sombra da Cultura do Partido Trabalhista diz que os comentários de James Cleverly são "chocantemente surdos" e que o desporto deve ser aberto para todos. Já o grupo "Three Lions Pride" qualificou as declarações de "intervenção extremamente inútil", lamentando que o político "insinue que uma medida de segurança aceitável seja menos 'queer'".
Apesar de a organização afirmar que irão receber "todos" os visitantes sem descriminação, um relatório publicado pela ONG Human Rights Watch acusa o Catar de ter detido e maltratado membros da comunidade LGBT entre 2019 e 2022, mas o governo desmentiu.