Ministro diz que Brasil precisa de apoio de outros países para parar desflorestação na Amazónia
O Brasil não pode parar a desflorestação na Amazónia sem a ajuda dos países ricos, afirmou este domingo o ministro do Ambiente brasileiro, Ricardo Salles, à margem da Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP25).
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Ricardo Salles, que se recusou a estabelecer uma meta para limitar a desflorestação no próximo ano, disse em entrevista à The Associated Press que seu país está comprometido com a redução de atividades ilegais, mas precisa do apoio dos países desenvolvidos.
"Estamos dispostos a fazer o que for necessário, mas precisamos desse 'backup'", disse Salles.
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"Esse 'backup' foi prometido há muitos anos e ainda esperamos que os países ricos participem de maneira adequada. Os fundos proporcionais são realmente o que será necessário para essa tarefa", adiantou o ministro.
Enquanto participa na COP25, Salles está a trabalhar para garantir as políticas ambientais do Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro.
Bolsonaro debateu com alguns líderes europeus este ano sobre o seu compromisso de proteger a Amazónia, mas preocupou ativistas ambientais e outros por criticar o regulador ambiental do Brasil e por pedir mais desenvolvimento na região amazónica.
O Presidente também acusou grupos de ativistas, sem provas, de terem incendiado a região para minar o seu Governo.
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Salles disse que os países desenvolvidos devem ajudar o Brasil com base no artigo 6 do Acordo de Paris assinado em 2015 para combater os efeitos das mudanças climáticas.
O artigo diz que devem ser criados mecanismos de compensação monetária para ajudar os países em desenvolvimento.
O Brasil já recebe dinheiro de países ricos, como a Alemanha e a Noruega, para combater a desflorestação na vasta floresta amazónica. Só a Noruega doou 1,2 mil milhões de dólares (cerca de mil milhões de euros) ao Fundo Amazónia do Brasil desde a criação deste em 2008.
No entanto, ambas as nações europeias suspenderam as contribuições, citando a desflorestação contínua e questionando se o Governo a quer impedir.