
O ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben Gvir
Foto: Abir Sultan/EPA
O ministro da Segurança Nacional de Israel, o ultrarradical nacionalista Itamar Ben Gvir, defendeu, esta segunda-feira, a prisão do líder da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, e assassínios seletivos de outros dirigentes que considera terroristas.
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O governante e líder do partido de extrema-direita Poder Judaico considerou, numa reunião com os seus deputados transmitida pelo canal televisivo do Knesset (parlamento), que estas medidas seriam uma forma de isolamento da Palestina, caso o Conselho de Segurança da ONU aprove uma resolução hoje que abra caminho à criação de um Estado Palestiniano.
"Se acelerarem o reconhecimento do Estado Palestiniano terrorista e a ONU reconhecer um Estado Palestiniano, devem ser ordenados assassínios seletivos de altos membros da Autoridade Palestiniana, que são claramente terroristas", declarou.
Além disso, Ben Gvir pediu ao primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que prenda Mahmud Abbas, que cumpriu 90 anos no sábado.
"Já existe uma cela de isolamento pronta para ele na prisão de Ketziot", afirmou o ministro da Segurança Nacional, referindo-se a uma das principais instalações prisionais de Israel, situada no deserto de Negev.
"Abu Mazen [nome de guerra de Abbas] e os seus amigos terroristas devem saber que não têm imunidade (...). Querem destruir o Estado de Israel. Aqueles que perpetraram o massacre de 7 de outubro [2023] querem um Estado palestiniano, aqueles que pagam salários a terroristas, dão nomes a praças em Ramallah em homenagem a assassinos de judeus e negam o Holocausto querem um Estado palestiniano", declarou.
O projeto de resolução que o Conselho de Segurança da ONU poderá aprovar hoje, em Nova Iorque, inclui "um caminho para um Estado palestiniano", em linha com o plano de 20 pontos do presidente norte-americano, Donald Trump, para o fim do conflito na Faixa de Gaza, desencadeado pelos ataques do grupo islamita Hamas no sul de Israel em 7 de outubro de 2023.
"O povo inventado chamado povo palestiniano não deve ter um Estado", disse ainda Ben Gvir.
O ministro das Finanças israelita, Bezalel Smotrich, outro destacado membro de extrema-direita da coligação governamental, também deu hoje continuidade aos seus pronunciamentos sobre a Palestina, que incluem a defesa da anexação da Cisjordânia.
"A missão da minha vida é impedir o estabelecimento de um Estado palestiniano no coração da nossa terra", afirmou Smotrich aos jornalistas antes de uma reunião do seu partido, Sionismo Religioso, acrescentando que usará "todas as forças" para o fazer.
Há três semanas, o Knesset aprovou na primeira de três leituras um projeto de anexação da Cisjordânia, o que mereceu amplas críticas da comunidade internacional, incluindo dos Estados Unidos, principal aliado de Israel.
Embora se tenha distanciado na altura da aprovação dos deputados, Benjamin Netanyahu disse no domingo que a posição do Governo israelita em relação à oposição de um Estado palestiniano em qualquer território a oeste do rio Jordão "não mudou minimamente".
