Os seis ministros de um dos partidos no poder na Roménia, o USR-Plus, apresentaram, esta segunda-feira, a demissão em bloco, aumentando a pressão sobre o primeiro-ministro, cuja demissão exigem há vários dias.
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"Florin Citu dinamitou intencionalmente a coligação no poder e não pode continuar a ser primeiro-ministro, é por essa razão que os ministros do USR-Plus se retiram do Governo", declarou em conferência de imprensa Dan Barna, copresidente da formação partidária.
Segundo Barna, dois cenários são agora possíveis: ou os liberais (PNL) nomeiam uma nova figura para formar um Governo e convidam o USR-Plus para dele fazer parte, ou pedem uma moção de confiança no parlamento para um Governo minoritário liderado por Citu. Este último tinha alguns minutos antes apelado para "o diálogo", assegurando que "só uma coligação de centro-direita pode dirigir a Roménia", sem contudo propor uma saída concreta para esta crise.
O USR-Plus, que dispõe de 80 assentos parlamentares nas duas câmaras do parlamento romeno (num total de 465), apresentou na sexta-feira uma moção de censura ao Governo, mas uma questão formal poderá fazer adiar a votação. Vários desacordos minaram esta aliança criada na sequência das eleições legislativas de dezembro de 2020, mas a fator decisivo foi a decisão do primeiro-ministro de conceder às administrações locais 10 mil milhões de euros destinados à modernização de infraestruturas.
Um "desvio" de dinheiros públicos, segundo o USR-Plus, que se recusou a apoiar este projeto e acusou Citu de ter "espezinhado a justiça e aberto caminho para o roubo". Em seguida, o primeiro-ministro decidiu demitir o ministro da Justiça, desencadeando a ira do partido reformista.
O Partido Social-Democrata (PSD, oposição), que tem o maior número de deputados, 157, excluiu, por seu lado, votar num novo Governo liderado por um liberal. "A única solução para sair desta crise é convocar eleições antecipadas", declarou o presidente desta formação, Marcel Ciolacu, citado pela agência francesa AFP. Por sua vez, o terceiro partido da coligação, o partido da minoria magiar, o UDMR, reiterou o seu apoio a Citu.
Se o Governo for derrubado, caberá ao chefe de Estado de centro-direita, Klaus Iohannis, nomear um novo primeiro-ministro, que deverá encontrar uma maioria.