A Coreia do Norte disparou um míssil que sobrevoou o Japão em direção ao Pacífico, disse o governo japonês.
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O míssil sobrevoou o país por volta das 7.48 horas de quinta-feira (22.48 horas de quarta-feira em Portugal continental), escreveu o gabinete do primeiro-ministro no Twitter.
As emissoras de televisão japonesas estão a pedir aos moradores de algumas áreas que se abriguem ou que permaneçam em ambientes fechados.
Segundo a agência de notícias Yonhap, acredita-se que o lançamento seja de um míssil intermediário ou de longo alcance.
Em 4 de outubro, a Coreia do Norte disparou um míssil sobre o Japão que também provocou alertas de evacuação. Pyongyang afirmou, mais tarde, que era um "míssil balístico de alcance intermediário terra-terra de novo tipo".
Esse lançamento foi a primeira vez que a Coreia do Norte disparou um míssil sobre o Japão desde 2017. Na época, Pyongyang alegou que o lançamento fazia parte de uma série de "exercícios nucleares táticos" que simulavam o bombardeamento da Coreia do Sul com mísseis nucleares.
"Míssil balístico não identificado"
Entretanto, militares de Seul alegaram que a Coreia do Norte disparou pelo menos um "míssil balístico não identificado". "A Coreia do Norte dispara míssil balístico não identificado em direção ao Mar do Leste", disse o Estado-Maior Conjunto de Seul, referindo-se ao corpo de água também conhecido como Mar do Japão.
O lançamento ocorre um dia depois de Pyongyang ter disparado mais de 20 mísseis, incluindo um que caiu perto das águas territoriais da Coreia do Sul. A imprensa local informou que as sirenes de ataques aéreos foram acionadas na ilha de Ulleungdo, no leste da Coreia do Sul, onde os moradores foram avisados na quarta-feira para procurar abrigo depois de um dos mísseis balísticos de curto alcance de Pyongyang ter cruzado a fronteira marítima.
Presidente do Conselho Europeu "indignado" com mísseis de Pyongyang
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, mostrou a sua indignação "pelo comportamento agressivo e irresponsável" da Coreia do Norte por ter lançado cerca de 20 mísseis, dos quais alguns caíram em águas territoriais da Coreia do Sul. "[Estou] indignado com o comportamento agressivo e irresponsável de Pyongyang por ter disparado mísseis numa fronteira marítima com a Coreia do Sul", escreveu Michel no Twitter, transmitindo, "em nome da União Europeia [UE]", a sua solidariedade a Seul e com "outros países da região".
Por sua vez, a porta-voz do alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell, escreveu na mesma rede social que os lançamentos representam "uma escalada gratuita e perigosa" na "repetida violação das resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas" por parte da Coreia do Norte. "A UE reitera que o único caminho para a paz e a segurança na península coreana é que a República Popular Democrática da Coreia encerre as suas ações ilegais e desestabilizadoras e retome o diálogo", disse Nabila Massrali.