Misterioso colar de diamantes com ligações a Maria Antonieta vendido por quase 4,6 milhões de euros
Um misterioso colar de diamantes que pode ter estado relacionado com um escândalo que envolveu a rainha francesa Maria Antonieta foi vendido por 4,8 milhões de dólares (quase 4,6 milhõess de euros), num leilão em Genebra, Suíça.
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Proveniente de uma coleção privada asiática, o colar é composto por três fiadas de diamantes, terminando numa borla de diamantes em cada extremidade. As certezas em torno deste objeto são poucas, sobretudo acerca da sua origem.
A peça de joalharia do século XVIII, com cerca de 300 quilates, tinha um preço, estimado pela Sotheby's, entre 1,8 e 2,8 milhões de dólares (1,7 e e 2,7 milhões de euros). No entanto, depois de ir a leilão, acabou por ser vendido por 4,8 milhões de dólares (quase 4,6 milhões de euros), segundo avança o jornal britânico "The Guardian".
"Existe obviamente um nicho no mercado para joias históricas. (...) As pessoas não compram apenas o objeto, compram toda a história que lhe está associada”, afirmou Andres Correal, presidente do departamento de joalharia da Sotheby's, em declarações à agência France-Presse.
A casa de leilões acredita que alguns dos diamantes fizeram parte do "caso do colar'", uma fraude que ocorreu de 1784 a 1786, com o roubo de um rio de diamantes, que supostamente chegaria a Maria Antonieta.
O escândalo envolveu Jeanne de Valois-Saint-Rémy, conhecida como Condessa de la Motte, uma mulher em dificuldades financeiras que se fez passar por confidente da rainha e conseguiu adquirir um luxuoso colar de diamantes em seu nome, mediante a promessa de um pagamento posterior.
Embora a rainha tenha sido considerada inocente, o caso acentuou ainda mais a sua extravagância descuidada, contribuindo para o desencadear da revolução francesa.
"Esta espetacular joia antiga é uma incrível sobrevivente da história", declarou a Sotheby's antes do leilão.
"Um pedaço de história"
"A joia passou de família em família. Podemos recuar até ao início do século XX, quando fazia parte da coleção do Marquês de Anglesey", contou White Correal. Diz-se que esta família de aristocratas usou a joia duas vezes. Uma vez durante a coroação do rei Jorge VI (1937) e a segunda durante a coroação da rainha Isabel II (1953), a filha mais velha de Jorge VI.
Para a casa de leilões, uma joia antiga tão impressionante só poderia ter sido criada para uma família real. Sobre a origem dos diamantes, a Sotheby's acredita que são "provavelmente provenientes das lendárias minas da Golconda", localizadas no sul da Índia. Os diamantes destas minas são ainda hoje considerados os mais puros e deslumbrantes alguma vez extraídos.
O comprador "ficou com um pedaço de história extraordinário", declarou em comunicado Tobias Kormind, diretor da maior joalharia online de diamantes da Europa, a 77 Diamonds.