
Adolfo Suárez morreu, este domingo, aos 81 anos. Considerado o pai da transição espanhola para a democracia, já que foi o primeiro chefe de Governo após a ditadura de Franco, estava internado em estado crítico devido a uma pneumonia.O Governo espanhol decretou três dias de luto nacional.
Com 81 anos e doente de Alzheimer, o pai da transição democrática espanhola deu entrada numa clínica de Madrid, na passada segunda-feira, devido a uma pneumonia. Estava em estado muito crítico.
"Por expresso desejo da família, venho comunicar que Adolfo Suárez morreu. Muito obrigado pelo vosso carinho", disse o porta-voz da família, Fermín Urbiola, à porta da clínica onde o antigo primeiro-ministro estava internado.
Escolhido pelo rei Juan Carlos para chefiar o Governo formado em 1976, Adolfo Suárez foi o político espanhol encarregado de pilotar o complexo período de transição democrática que se seguiu à morte de Francisco Franco, no final de 1975.
Muitos desconfiaram da nomeação devido à proximidade ao anterior regime (foi diretor-geral da televisão pública espanhola) e à juventude do ex-presidente (tinha então 43 anos). Mas o carácter conciliador de Suárez acabou por fazer dele uma figura consensual na política espanhola. Em 1977 ganharia as primeiras eleições democráticas realizadas em Espanha em quarenta anos, depois de legalizar o Partido Comunista de Santiago Carrillo.
Após aprovar a Constituição de 1978, Suárez ganharia de novo as eleições gerais realizadas em 1979. A falta de apoios políticos acabaria, no entanto, por motivar a sua demissão do cargo de presidente do Governo no início de 1981. Foi ainda no cargo que viveu a tentativa falhada de golpe de Estado perpetrada por uma fação reacionária da família militar, a 23 de Fevereiro de 1981. Apesar das ameaças e dos disparos lançados no Congresso de Deputados pelo coronel António Tejero, Suárez nunca abandonou o seu lugar
