Morreu "Clarinha", mulher mistério que ficou 24 anos em coma sem receber qualquer visita
Uma mulher que foi atropelada, em 2000, e chegou ao Hospital da Polícia Militar, em Vitória, no sudeste do Brasil, sem documentos morreu, na quinta-feira, após 24 anos em coma, durante os quais permaneceu anónima.
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"Clarinha", como era carinhosamente conhecida pela equipa médica, teve uma pneumonia e não resistiu. Tal como conta o G1, a mulher, cujo caso se tornou conhecido na imprensa brasileira, foi atropelada no Dia dos Namorados, que se comemora no Brasil a 12 de junho, em 2000, e chegou ao hospital inconsciente e sem qualquer documento de identificação. Ao longo das mais de duas décadas em que ficou em coma nunca recebeu a visita de um familiar ou amigo.
Jorge Potratz, médico que sempre a acompanhou, lamentou não ter conseguido resolver o mistério. "É muito triste este desfecho", reconheceu, acrescentando que fizeram tudo para tornar a vida da paciente "mais digna". O funeral será tratado pela equipa que cuidou da paciente ao longo dos 24 anos.
Após a primeira reportagem sobre "Clarinha", o Ministério Público recebeu mais de 100 pistas sobre a eventual identificação da mulher. Numa primeira triagem, destacaram-se 22 pela proximidade ao seu perfil. No entanto, numa etapa final, os exames genéticos mostraram-se incompatíveis com as famílias envolvidas.