O senador democrata norte-americano morreu aos 77 anos, vítima de um tumor cerebral, anunciou a família em comunicado.
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Edward "Ted" Kennedy morreu ontem, terça-feira, em casa, em Hyannis Port, no Estado de Massachusets, Estados Unidos.
O senador foi operado ao tumor cerebral em Junho, que tinha sido diagnosticado em Maio de 2008.
Edward "Ted" Kennedy foi eleito para o Senado em 1962, quando o irmão John F. Kennedy era presidente dos Estados Unidos.
Conhecido como o "leão" liberal do Senado, foi o terceiro dos irmãos Kennedy a destacar-se pelo seu percurso político, depois dos seus irmãos John, que foi presidente, e Robert, ambos assassinados.
Durante cerca de meio século no Senado, Edward "Ted" Kennedy foi uma voz dominante em questões de saúde, direitos humanos, guerra e paz, e muitas outras.
Para o povo norte-americano, todavia, era mais conhecido como o último irmão vivo de uma família política histórica.
Durante décadas, deixou a sua marca em toda a legislação social importante que passou pelo Congresso.
Nascido a 22 de Fevereiro de 1932 em Boston, o último dos nove filhos de Joseph e Rose Kennedy, representou o Massachusetts sem interrupção desde que foi eleito, pelo Partido Democrático, para ocupar o lugar deixado vago pelo irmão John para assumir a Presidência.
Jurista, formado pela Universidade de Harvard e pela Escola de Direito da Universidade da Virgínia, "Ted" Kennedy ficou na sombra política dos seus irmãos mais velhos até ao assassínio de Robert, em Junho 1968, durante a campanha presidencial.
Após o desaparecimento deste último, a tarefa de representar o clã na vida política nacional e no partido coube-lhe a ele naturalmente. Mas um acidente de viação na ilha de Chappaquiddick, em 1969, na qual a sua jovem colaboradora Mary Jo Kopechne se afogou, pôs termo definitivamente às suas ambições presidenciais.
Considerado um dos representantes da ala esquerda do Partido Democrático, chegou-se sempre à frente em todas as questões sociais, nomeadamente as relacionadas com o direito à educação e à saúde para todos, sem distinções de raça, língua ou rendimento.
Em 1994, depois de 32 anos de participação, torna-se presidente da comissão de trabalho e dos recursos humanos do Senado e apadrinha a reforma do sistema do Estado providência, pilar de toda a administração democrata desde a crise económica de 1929.
Como patriarca do clã Kennedy, esteve sempre presente nos momentos difíceis, fossem os ligados aos problemas judiciários ou às desgraças, como a morte de John Fitzgerald Jr. em 1999, num acidente de avião.
Após a intervenção norte-americana no Iraque, em 2003, opôs-se a George W. Bush acusando-o de ter exagerado a ameaça iraquiana para justificar a guerra e comparando-o a Nixon em relação ao Vietname.
Em 2004 apoiou activamente o candidato democrata John Kerry e em 2008 juntou-se à campanha de Obama para a candidatura presidencial democrata de 2008.