Morreu Sammy Basso, a pessoa mais velha com a doença rara de Hutchinson-Gilford

O jovem licenciou-se em 2018 em Ciências Naturais, pela Universidade de Pádua, com uma tese sobre a existência de terapias para abrandar a progressão da sua patologia. A notícia da morte foi avançada pela associação fundada pelo biólogo, a Associazione italiana progeria Sammy Basso (Aiprosab).

O ministro italiano da Educação, Giuseppe Valditara, propôs a criação de uma escola em sua memória. "Gostaria de dar o nome deste rapaz maravilhoso a uma escola, um exemplo para todos", disse durante um comício em Pontida.

Também a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, sublinhou as suas conquistas. "Foi um exemplo extraordinário de coragem, fé e positivismo. Enfrentou todos os desafios com um sorriso, demonstrando que a força de espírito pode ultrapassar qualquer obstáculo. O seu empenho na investigação da progéria e a sua capacidade de inspirar os outros serão para sempre um modelo a seguir", escreveu numa publicação na rede social X.

Envelhecimento precoce

A doença de Hutchinson-Gilford (SPHG) é uma doença genética extremamente rara, também designada por progéria, caraterizada por um envelhecimento acelerado que ocorre no início da infância, sem alteração das capacidades intelectuais, mas com alterações progressivas na pele, nos ossos e no sistema cardiovascular.

A maioria das crianças morre de doenças típicas dos idosos, como problemas cardíacos ou cerebrovasculares. A esperança média de vida de uma criança com SPHG é de cerca de 13 anos, embora algumas possam chegar aos 20 ou mais. Sammy Basso foi, até à data, a única pessoa com progéria a atingir os 28 anos de idade.

Embora não exista uma terapia específica para a síndrome SPHG, é necessário diagnosticá-la o mais cedo possível para mitigar as complicações. A procura de possíveis curas registou enormes progressos desde que o gene responsável pela doença foi identificado.