O soldado boliviano que puxou o gatilho para executar o famoso guerrilheiro revolucionário Ernesto "Che" Guevara morreu, quinta-feira, aos 80 anos. Mário Terán "simplesmente cumpriu o seu dever como sargento do Exército", disse o general aposentado Gary Prado, que liderou o grupo que capturou Che Guevara em 1967 após meses de perseguição.
Corpo do artigo
Che Guevara era um médico argentino, que ficou conhecido como figura de proa na revolução cubana que conquistou o poder em 1959, sob o comando de Fidel Castro, ao derrubar o ditador Fulgêncio Batista.
Depois de servir como alto funcionário do governo de Cuba por vários anos, viajou para tentar liderar outras batalhas mas com muito menos sucesso, em África e depois na América do Sul.
O seu pequeno grupo acabou por ser localizado pelos soldados bolivianos em 1967. Terán foi escolhido para matá-lo, depois receber ordens para executar o já ferido Che Guevara, na altura com 39 anos.
"Foi o pior momento da minha vida", disse Mário a repórteres mais tarde. "Vi Che grande, muito grande. Os seus olhos brilharam intensamente e quando ele fixou o olhar em mim, deixou-me tonto..."
"Acalma-te, disse ele, e olha bem! Tu vais matar um homem!" Então dei um passo para trás em direção à porta, fechei os olhos e disparei", cita o jornal britânico "The Guardian".
Os biógrafos de Guevara revelaram, mais tarde, que os primeiros tiros erraram o peito de Guevara, mas o militar acabou por acertar.