A morte repentina de um jovem funcionário de uma gigante da Internet da China reacendeu, esta semana, o debate sobre as extenuantes jornadas de trabalho e a cultura de horas extras no país asiático.
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O jovem de 25 anos morreu de hemorragia cerebral após trabalhar como moderador de conteúdos do portal de vídeos Bilibili durante o feriado do Ano Novo Lunar, a principal festa das famílias chinesas.
Em comunicado, a Bilibili confirmou a morte do funcionário. "A morte deste excelente trabalhador representa uma enorme perda para a empresa, mas também serve de alerta", lê-se na mesma nota.
"Devemos fazer melhorias para monitorar a saúde dos nossos funcionários e evitar que tragédias semelhantes aconteçam novamente", acrescentou.
O caso ocorre depois de várias mortes súbitas terem sido registadas entre jovens trabalhadores em diferentes grupos de tecnologia do país nos últimos anos, o que provocou um debate sobre a cultura do "996" - trabalhar seis dias por semana, das 9 horas às 21 horas.
Colegas de trabalho não identificados disseram que o jovem foi forçado a fazer horas extraordinárias.
De acordo com a Bilibili, o funcionário morreu na noite de sexta-feira de hemorragia cerebral depois de procurar tratamento e de não se apresentar ao trabalho naquela tarde.
A empresa negou as acusações de horas extras, dizendo que o funcionário estava a trabalhar oito horas por dia, com direito a dois dias de folga, após cinco dias úteis, como parte da rotatividade durante o feriado de Ano Novo.
Várias empresas de tecnologia chinesas comprometeram-se a reduzir o horário de trabalho, após reclamações e disputas dos seus funcionários.