A Rússia garantiu, esta sexta-feira, que "retaliará" contra uma qualquer "provocação" militar ucraniana na região separatista pró-russa na Transnístria, na Moldávia, onde Moscovo tem um contingente militar.
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"Que ninguém duvide: as forças armadas da Federação Russa responderão adequadamente a qualquer provocação do regime de Kiev", lê-se num comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, citado pelas agências internacionais.
No documento, Moscovo denuncia que a Ucrânia está a enviar homens e equipamento militar para áreas próximas da Transnístria.
No comunicado, Moscovo insiste que qualquer ação que represente uma "ameaça" aos militares russos estacionados na Transnístria "será considerada como um ataque contra a Federação Russa".
Uma pequena faixa de terra que, após uma guerra, se separou da Moldávia no início dos anos 1990, a Transnístria está localizada na fronteira ocidental da Ucrânia e tem sido objeto de tensões elevadas nas últimas semanas.
Na quinta-feira, o Ministério da Defesa russo acusou Kiev de estar a fazer "preparativos" para uma "invasão" da Transnístria.
Retomando essas acusações, a diplomacia russa disse hoje que Kiev está a concentrar "homens e equipamentos militares" perto da Transnístria, relatando também um "desdobramento de posições de tiro de artilharia e um número sem precedentes de voos de 'drones' [aeronaves não tripuladas] ucranianos sobre o território".
"Advertimos os Estados Unidos, os países membros da NATO [Organização do Tratado do Atlântico Norte] e respetivos aliados e protegidos ucranianos contra qualquer iniciativa aventureira", acrescentou o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, declarações que, segundo comenta a agência noticiosa France-Presse (AFP), fazem lembrar a retórica da Guerra Fria.
Na quinta-feira, o Governo da Moldávia não confirmou as denúncias de Moscovo e pediu "calma".
A escalada das tensões ocorre numa altura em que o novo primeiro-ministro moldavo, Dorin Recean, pediu recentemente a retirada das tropas russas da Transnístria, o que foi alvo de críticas duras por parte de Moscovo.
As autoridades pró-europeias da Moldávia já acusaram a Rússia de querer fomentar um golpe de Estado no país, alegações rejeitadas por Moscovo.
Desde o início da invasão militar da Ucrânia, há precisamente um ano, a Rússia tem sido repetidamente acusada de aumentar a ameaça de novos confrontos na Transnístria para desestabilizar Kiev e Chisinau.