O antigo presidente egípcio Hosni Mubarak e dois filhos foram convocados pela Justiça no âmbito de um inquérito sobre a violência contra manifestantes durante a revolta popular no Egipto e por acusações de corrupção, foi, este domingo, anunciado.
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Mubarak e os seus filhos Alaa e Gamal são convocados "para serem interrogados sobre as acusações de ataques a manifestantes pacíficos que provocaram mortos e feridos", referiu, em comunicado, o procurador-geral Abdel Méguid Mahmud.
As manifestações que decorreram entre 25 de Janeiro e 11 de Fevereiro, data da demissão de Mubarak, fizeram cerca de 800 mortos e milhares de feridos, segundo as autoridades.
O antigo chefe de Estado e os filhos terão ainda de se explicar quanto às acusações de "utilização de dinheiros públicos", acrescenta o comunicado, sem adiantar a data em que serão ouvidos.
O antigo presidente egípcio divulgou, este domingo, uma declaração, o que aconteceu pela primeira vez desde que deixou o poder, para se afirmar vítima de "campanhas de difamação" e garantir que não esconde bens no estrangeiro.
Os comentários de Mubarak foram feitos numa mensagem de áudio de seis minutos divulgada pela televisão Al Arabiya e gravada no sábado na sua residência de Charm el-Cheikh, à qual o ex-presidente está confinado desde que deixou o poder.
Mubarak explicou que não pode ficar em silêncio quando há tentativas para denegrir a sua imagem e a da sua família e acrescentou que espera demonstrar na justiça que não tem bens fora do país.