Uma mulher arriscou a vida ao filmar às escondidas o dia-a-dia em Raqqa, a cidade-centro do grupo Estado Islâmico, na Síria. Veja o vídeo.
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O vídeo, publicado no início da semana, tem sido muito partilhado na Internet e já conta com mais de meio milhão de visualizações. Nas imagens, difundidas pelo canal francês France 2, é possível ver muita gente armada nas ruas, incluindo mulheres de metralhadora ao ombro, uma delas a levar o filho ao parque infantil local.
A mulher que aceitou usar a câmara oculta chega mesmo a ser abordada, a dada altura, por um homem que lhe pede para cobrir melhor a cara, pois o seu niqab negro (obrigatório) deixa transparecer alguma pele. "Tens de te comportar melhor quando estás em público. Conseguimos ver a tua cara. Tens de ter mais atenção quando te cobres. Deus ama as mulheres que estão cobertas", dizem.
A reportagem acaba por provar a existência de mulheres francesas nesta cidade que fugiram da sua família para se juntarem aos jihadistas. A câmara oculta capta-as a conversar com a família num cibercafé e a avisar que não vão voltar atrás na sua decisão. "Não vou voltar, mãe. Já to disse. Tens de te mentalizar de que não voltarei. Não enfrentei o risco de vir até aqui para depois voltar para a França. Não voltarei para França", ouve-se uma dizer, num francês perfeito.
Pensa-se que pelo menos 150 mulheres francesas estão na Síria, onde se juntaram a diversos grupos de combatentes como parte fulcral da estratégia de "marketing" deste grupo fundamentalista.
O grupo jihadista do Estado Islâmico (EI, anteriormente conhecido como ISIS), tem imposto a sua lei no norte da Síria, usando Raqqa como uma espécie de capital não oficial. Desde então, as mulheres são obrigadas a estar totalmente cobertas e nenhum tipo de entretenimento ou música são tolerados.