
Nafissatou Diallo deu uma conferência de imprensa para "defender a honra"
Stan Hona/AFP
"A minha família e eu estamos a sofrer muito". Visivelmente emocionada e nervosa, Nafissatou Diallo deu, esta quinta-feira, a sua primeira conferência de imprensa depois de ter acusado Dominique Strauss-Kahn de agressão sexual e tentativa de violação, em Maio.
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Perante os jornalistas a empregada do hotel Sofitel de Nova Iorque defendeu a sua reputação e assegurou que muitas das coisas que têm sido ditas sobre si "não são verdade". Nafissatou Diallo interpôs, inclusive, um processo judicial contra o jornal New York Post por ter escrito que ela se dedicava à prostituição.
O seu advogado afirmou, por seu turno, que se a justiça americana concluir que não há matéria para um processo criminal, optará por um processo civil para exigir reparação de danos.
"[A queixosa] quer justiça e se os procuradores não levarem o assunto a julgamento, é preciso que seja feita justiça. Levarei rapidamente o assunto a um júri", declarou Kenneth Thompson em conferência de imprensa em Nova Iorque.
O advogado considerou também que a escritora francesa Tristane Banon, que apresentou queixa contra Strauss-Kahn por tentativa de violação em França, "diz a verdade".
Dominique Strauss-Kahn, antigo director-geral do Fundo Monetário Internacional, foi libertado a 1 de Julho depois de terem sido divulgadas contradições no depoimento de Nafissatou Diallo quanto aos factos, que remontam a 14 de Maio.
A emprega de quarto guineense foi ouvida na quarta-feira durante oito horas pelo procurador de Manhattan, nomeadamente quanto a uma conversa comprometedora que teve com um amigo detido no Arizona no dia a seguir à alegada agressão sexual.
À saída, o seu advogado declarou que a queixosa tem o direito de apresentar uma acção civil na justiça para exigir uma indemnização.
Dominique Strauss-Kahn, suspeito de vários crimes sexuais, nomeadamente tentativa de violação e agressão sexual, continua sem poder deixar o território americano e o seu passaporte está na posse das autoridades.
A data da próxima audiência em tribunal foi adiada de 18 de Julho para 1 de Agosto e depois para 23 de Agosto.
