Karla Flores foi atingida por uma granada, na cara, numa rua do México. Vários médicos recusaram operá-la, mas uma equipa de quatro clínicos, acompanhada por militares, fez a cirurgia. A "mulher-milagre" sobreviveu e está a recuperar. Veja o vídeo.
Corpo do artigo
Karla Flores é conhecida no México como a "mulher milagre". Peixeira de profissão, sobreviveu a uma explosão e ficou com uma granada alojada na face. A "mulher que não foi escolhida para morrer", como também é conhecida, tem agora uma grande cicatriz na cara e um furo na traqueia para poder respirar.
[YOUTUBE:wy8GM-1Qt3I]
Tudo aconteceu a 6 de Agosto, quando Karla Flores caminhava por uma rua de Culiacán, no México, depois de ter ido fazer uma entrega. Eram 13 horas quando se deu uma explosão. Quando se voltou para ver o que era, o chapéu que trazia voou e um objecto golpeou-lhe a cara.
Ficou semi-inconsciente e lembra-se de a cara lhe arder. Acabou por desmaiar na estrada. Um automobilista viu-a e transportou-a para o Hospital Geral de Culiacán. Acabou por salvá-la.
Quando chegou ao hospital, uma primeira TAC confirmou que Karla tinha um artefacto explosivo na face direita. Segundo o exército, mobilizado para proteger o hospital e analisar o objecto, tratava-se de uma granada, que caso explodisse destruiria tudo num raio de 10 metros.
Esta é uma situação em que os médicos não são obrigados a intervir. Vários médicos recusaram, mas quatro aceitaram operar a mulher. Os anestesistas Felipe Ortiz e Cristina Soto, o enfermeiro Rodrigo Arredondo e a médica Lidia Soto entraram no bloco operatório com os militares, cujo trabalho consistia em indicar aos médicos como remover o artefacto para que não explodisse.
Sem fatos anti-bomba, os médicos operaram "num acto de solidariedade entre todos", explicou Miguel Alonso Rivera, director de comunicação social da Secretaria do Desenvolvimento Social e Humano de Sinaloa, ao "El Universal". Todos eles se despediram das famílias antes de entrar no bloco operatório.
A operação, que durou quatro horas, foi um sucesso. Removeu-se a granada sem que nada de pior acontecesse. Karla Flores, que dias depois foi sujeita a outra cirurgia, ficou sem dentes e com a cara toda deformada, mas viva. Segundo os médicos, nos próximos três anos a mulher vai ter que ir frequentemente ao hospital.
No entanto, Karla já recuperou a consciência e já escreveu algumas palavras de agradecimento a todos os que a ajudaram e estiveram com ela. A polícia ainda não explicou de onde veio a granada.