Cerca de 50 mulheres israelitas despiram-se numa acção de apoio à jovem egípcia Aliaa Elmahdy, alvo de perseguição e ameaças, depois de ter publicado fotos suas sem roupa, como forma de denunciar a discriminação que as mulheres egípcias sofrem.
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"O amor sem fronteiras. Em homenagem Aliaa Elmahdy. Irmãs em Israel", lê-se, em inglês, árabe e hebraico, na faixa mostrada com orgulho pelo grupo de mulheres, durante a sessão de fotografia.
"Estava com muita raiva por ver os milhares de mensagens e insultos que a jovem egipcía recebeu pelas fotos que publicou na internet. Não aceito que uma mulher receba ameaças de morte porque deseja expressar a sua opinião livremente" diz Or Tepler, de 28 anos, que encabeçou o acto reinvindicativo das israelitas. "Pensei que era necessário apoiá-la!".
"O grupo foi convocado através do Facebook", conta Tepler que ficou emocionada quando se apercebeu de que a sua mãe se juntara ao grupo.
Ao contrário de Aliaa Elmahdy, o grupo de mulheres, que foi fotografado numa casa, em Telavive, tapou as partes íntimas com as mão, cabelos ou com a faixa de apoio a Elmahdy.
"Estamos aqui não só pelas relações entre os dois países, mas também pelo diálogo de uma mulher para outra em busca da liberdade de expressão e tolerância", disse Tepler ao jornal "Maariv".
Maya, uma das participantes denunciou o "status das mulheres no Egipto e em todos os países árabes e muçulmanos", mas acrescentou que este "acto é também importante para que os israelitas despertem da maior intolerância" das suas vidas.
A jovem refere-se, por exemplo, à pressão dos ultra-ortodoxos para que não apareçam mulheres nos outdoors de Jerusalém ou ao facto de alguns rabinos terem pedido aos soldados religiosos para não assistirem às apresentação musicais do exército que contem com a participação de mulheres, conta o diário espanhol "El Mundo".
O objectivo de Aliaa Elmahdy, que se auto-denomina "secular, liberal, feminista, vegetariana e independentista do Egipto", era propagar na rede "gritos contra a sociedade de violência, do racismo, do sexismo, do assédio sexual e da hipocrisia".