Reivindicações de artefactos são cada vez mais frequentes, com a média de uma devolução a cada três dias este ano.
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Nos bastidores dos principais museus do Mundo, os acervos estão a passar por uma transformação. Diversos artefactos históricos - pinturas, estátuas, joias, itens arqueológicos, fósseis e até restos humanos -, que atualmente pertencem a coleções públicas e privadas, estão a ser reivindicados pelos atuais Estados de onde as peças foram retiradas. O processo de devolução, todavia, não está livre de dilemas.
Um dos exemplos mais conhecidos são os Bronze do Benim, objetos pilhados pelo britânicos que conquistaram a cidade do Benim, em 1897 - atualmente pertencente ao território da Nigéria. Entidades como o Smithsonian, em Washington, o Museu Metropolitano de Arte, em Nova Iorque, e o Governo alemão anunciaram planos de devolver esculturas, placas e ornamentos. A ideia era a criação de um museu na Nigéria, mas a situação ficou indefinida desde que o presidente Muhammadu Buhari - que deixou o cargo em maio - decretou que os itens ficariam com Ewuare II, o atual oba, o rei cerimonial do Benim. O movimento provocou hesitação em futuras devoluções, como o adiamento da entrega de 116 bronzes pela Universidade de Cambridge, já que os artefactos não ficariam com o Governo nigeriano ou com a Comissão Nacional de Museus e Monumentos.