As forças nacionalistas foram as grandes vencedoras e os partidos nacionais os maiores derrotados nas eleições regionais de domingo, no País Basco, Espanha, com os resultados a deixarem um parlamento a necessitar de coligações.
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Com 100% dos votos escrutinados, o PNV venceu as eleições com 27 mandatos (menos três que há quatro anos) e aquém da maioria absoluta de 38 lugares.
A segunda força mais votada foi a coligação Bildu, da esquerda abertzale - patriótica, que aumentou de cinco para 21 os seus mandatos no parlamento, tornando-se assim essencial para a formação do novo Governo.
O maior derrotado foi o PSOE, que passou de segunda a terceira força mais votada, conseguindo apenas 16 deputados, menos nove do que em 2009, quando, apesar de não ter congregado o maior número de votos, conseguiu formar Governo com o apoio do PP.
Também o PP perdeu apoio eleitoral, com apenas 10 mandatos (menos três), tendo a UPYD reeleito um deputado e a EB perdido o deputado que tinha no parlamento regional anterior.
O voto de domingo foi o primeiro regional sem a ameaça da ETA, que declarou a cessação de violência, já depois das últimas regionais de 2009.
Os resultados confirmaram as sondagens e o antecipado reforço dos partidos nacionalistas, deixando antever uma nova agenda de debate da soberania da região, vincada também pelo debate paralelo a decorrer na Catalunha.
Com este resultado, o País Basco amanhece com o parlamento mais nacionalista da sua história, com as forças regionais a controlarem uma ampla maioria dos mandatos, o que deverá ditar, necessariamente, a direção do debate na região.
Dois em cada três deputados serão das forças nacionalistas, marcando o que poderá ser uma tendência a consolidar-se, e que permitirá até - porque perfazem quase dois terços dos deputados - avançar em algumas questões da soberania.
Uma primeira análise dos resultados demonstra igualmente a pesada derrota dos socialistas, que tinham conseguido em 2009 um resultado histórico e que assim interromperam, apenas por três anos, o domínio do PNV no País Basco.
Caberá ao PNV decidir agora o tipo de pacto a estabelecer com a Bildu, o que acabará também por determinar a agenda que seguirá de Vitoria até Madrid: um maior ou menor grau de incitamento a um autogoverno.
A nível geral os resultados no País Basco podem ser ainda uma indicação do eventual cenário que poderá, em novembro, replicar-se nas eleições na Catalunha, onde o debate a favor da independência continua intenso.