Uma missão das Nações Unidas chegou este domingo a Nagorno-Karabakh para avaliar necessidades humanitárias e a Organização Mundial da Saúde (OMS) acordou com a Arménia um protocolo para ajudar as mais de 100 mil pessoas deslocadas.
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O protocolo da OMS inclui a chegada de equipas médicas internacionais para prestar cuidados físicos e psicológicos e acelerar a criação de instalações para cuidar dos mais vulneráveis.
Além das vítimas dos confrontos dos últimos dias, na passada segunda-feira, uma explosão de um tanque de combustível provocou a morte de pelo menos 170 pessoas e ferimentos em 200 outras, muitas com queimaduras muito graves.
A OMS também vai estabelecer outro protocolo para incluir nas suas equipas os 300 médicos arménios e 1200 técnicos de saúde que estão na fronteira para cuidar dos deslocados.
Entretanto, milhares de arménios, oriundos de vários países europeus, convergiram este domingo em Bruxelas para denunciar o que dizem ser a cumplicidade da Europa com a operação militar do Azerbaijão em Nagorno-Karabakh.
Os manifestantes acusam os líderes europeus de serem cúmplices de crimes contra o povo arménio, "derramando o sangue do povo arménio".
O embaixador arménio em França, Hasmik Tolmajian, apelou à comunidade internacional e às Nações Unidas para estabelecerem "condições decentes" para o regresso dos refugiados arménios a Nagorno-Karabakh.
"Há outra alternativa a ser refugiado", nomeadamente o regresso destas populações, disse Tolmajian, em declarações à rádio France Info, sublinhando que "ninguém quer ser refugiado quando pode ficar no seu país".
O diplomata apontou ainda o fracasso da comunidade internacional neste conflito.
"Se a comunidade internacional, com todos os mecanismos internacionais, o sistema das Nações Unidas, todo o sistema de prevenção, não foi capaz de prevenir o crime, não podemos dizer que a comunidade internacional esteve à altura da tarefa, que não falhou na sua missão", denunciou o embaixador arménio em Paris.
Hasmik Tolmajian pediu ainda sanções contra o Azerbaijão, para "deter os agressores".
Os separatistas arménios de Nagorno-Karabakh capitularam na semana passada, perante uma ofensiva relâmpago do Azerbaijão que provocou quase 600 mortos.