Nancy Pelosi: EUA vão apoiar Kiev "até à vitória", "não se pode ceder a um rufia"
A presidente da Câmara dos Representantes norte-americana, Nancy Pelosi, prometeu, este domingo, que Washington irá apoiar a Ucrânia "até obter a vitória" na guerra iniciada pela Rússia, defendendo que "não se pode ceder a um rufia".
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Nancy Pelosi esteve com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, em Kiev, para tratar de questões "de segurança, assistência humanitária, assistência económica e finalmente da reconstrução, assim que se obtenha a vitória", revelou a responsável numa conferência de imprensa em Rzeszow, na Polónia.
A presidente da Câmara dos Representantes é o mais alto líder dos EUA a visitar a Ucrânia desde o início da guerra, em 24 de fevereiro, e no sábado liderou uma delegação de membros democratas do Congresso em Kiev que se encontrou com o presidente Zelensky. Um encontro só revelado este domingo.
Já na Polónia, Pelosi foi questionada pelos jornalistas sobre o perigo de o apoio dos EUA poder levar a "algo pior": "Deixem-me falar por mim mesma. Não se deixe intimidar por valentões. Se o estiverem a ameaçar, não pode recuar. Estamos lá para lutar e não se pode ceder a um rufia", afirmou, citada pela agência de notícias EFE.
Pelosi revelou que, no encontro com o presidente ucraniano, reiterou o apoio dos EUA, deixando "uma mensagem de agradecimento do povo americano pela sua liderança e a admiração do povo americano pela sua coragem".
Estamos numa fronteira de liberdade e a vossa luta é uma luta para todos
A líder da Câmara dos Representantes norte-americanos recordou ainda que o presidente Joe Biden pediu ao Congresso que enviasse para Kiev um pacote de ajuda humanitária e militar de 33 mil milhões de dólares (cerca de 31,2 mil milhões de euros).
"Estamos numa fronteira de liberdade e a vossa luta é uma luta para todos. O nosso compromisso é estar ao seu lado até que a luta esteja terminada", afirmou Pelosi ainda em Kiev, durante o encontro com Zelensky.
Na delegação norte-americana a acompanhar Pelosi está Gregory Meeks, que preside ao Comité dos Negócios Estrangeiros da Câmara dos Representantes, Adam Schiff, que preside ao Comité dos Serviços Secretos da Câmara, Jim McGovern, que preside ao Comité do Regimento da Câmara, entre outros responsáveis.
Na conferência de imprensa na Polónia, o congressista democrata Jim McGovern acusou o presidente russo Vladimir Putin de fazer guerra aos "mais vulneráveis do mundo" e "agravar a fome" com a sua agressão contra a Ucrânia, um dos maiores produtores de cereais do mundo.
Neste sentido, defendeu a prestação de "ajuda direta" à Ucrânia para que as autoridades de Kiev possam distribuí-la onde é mais necessária e "àqueles que mais precisam dela".
Adam Schiff adiantou que os legisladores norte-americanos tiveram uma reunião de três horas com Zelensky e a sua administração, durante a qual falaram sobre sanções, armas e ajuda humanitária.
As imagens divulgadas este domingo pelo gabinete do presidente Volodymyr Zelensky mostraram Pelosi e a sua comitiva na capital da Ucrânia.
Зустріч зі спікером Палати представників Конгресу США @SpeakerPelosi в Києві. Сполучені Штати є лідером потужної підтримки України в боротьбі з агресією РФ. Дякуємо, що допомагаєте захищати суверенітет і територіальну цілісність нашої держави! pic.twitter.com/QXSBPFoGQh
- Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) May 1, 2022
"A nossa delegação viajou até Kiev para enviar uma mensagem inequívoca e retumbante a todo o mundo: a América está firmemente com a Ucrânia", disse Pelosi na declaração divulgada este domingo.
Num outro vídeo divulgado mais tarde pelo gabinete de Pelosi, surge Zelensky a agradecer o apoio: "Vamos ganhar e vamos ganhar juntos", disse o presidente ucraniano. Ao que Pelosi acrescentou: "Estamos aqui até que a vitória seja ganha".
A delegação norte-americana continuou a sua viagem no sudeste da Polónia, país que já recebeu mais de três milhões de refugiados da Ucrânia desde que a Rússia lançou o ataque a 24 de fevereiro.
A líder do Parlamento dos EUA irá encontrar-se com o presidente polaco Andrzej Duda na segunda-feira, com quem disse que irá discutir "assistência humanitária e segurança".