"Não foi a política de Merkel sobre os refugiados que originou os atuais problemas" da Alemanha
Uma Alemanha diferente de há dez anos, quando Angela Merkel governava, vai a votos este domingo, com uma previsível ascensão do AfD. Isabel Estrada Carvalhais, professora de Ciência Política e Relações Internacionais da Universidade do Minho, analisa como a extrema-direita tem dominado a discussão política no país.
Corpo do artigo
As sondagens apontam que a extrema-direita deve ter forte crescimento e ser a segunda força política alemã. Qual deverá ser o impacto nas negociações para a formação de um novo Executivo?
Tenho esperança que os 20% de indecisos possam ainda salvar a possibilidade de uma coligação governativa forte dentro do espectro dos partidos democráticos. A CDU tem liderado consistentemente as sondagens pelo menos desde o ano passado (em Novembro de 2024 atingiu um pico de 32% nas intenções e voto, e está agora nos 30%). Tudo indica que a ela caberá a difícil tarefa de formar um Governo de coligação. Mas a experiência política da Alemanha em coligações governativas é não só muito antiga, como muito, digamos, inventiva.