José Eduardo dos Santos foi uma das personalidades mais importantes de Angola. Ligado, desde cedo, à política, foi presidente do país de onde é natural durante 38 anos e esteve envolvido em polémicas de corrupção.
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Recorde os momentos-chave da vida de Eduardo dos Santos.
28 de agosto de 1942
José Eduardo dos Santos, filho de Eduardo Avelino dos Santos e de Jacinta José Paulino, nasce em Luanda.
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4 de fevereiro de 1961
Após a eclosão da luta contra o poder colonial português, José Eduardo dos Santos passa a coordenar na segurança do exílio, em Brazzaville, a atividade da Juventude do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA).
Novembro de 1963
Beneficia de uma bolsa de estudos e é enviado para a União Soviética, onde frequenta um curso de Engenharia Petroquímica em Baku, capital do atual Azerbaijão.
Novembro de 1975
Após a proclamação da Independência de Angola, a 11 de novembro, foi nomeado ministro das Relações Exteriores.
Setembro de 1979
Depois da morte de Agostinho Neto, a 10 de setembro, foi eleito presidente do MPLA, a 20 de setembro, e investido, no dia seguinte, nos cargos de presidente do MPLA - Partido do Trabalho, de presidente da República Popular de Angola e comandante-em-chefe das Forças Armadas Populares de Libertação de Angola.
Janeiro de 1988
Recebe o Grande-Colar da Ordem do Infante D. Henrique de Portugal, a 25 de janeiro.
Maio de 1991
Eduardo dos Santos e Jonas Savimbi, líder da UNITA, assinam o "Acordo de Bicesse", um acordo de paz que põe fim ao regime de partido único.
Setembro de 1992
Primeiras eleições multipartidárias no país. MPLA vence com maioria absoluta, mas Eduardo dos Santos não ganha as Presidenciais (tem 49% dos votos, para 40% Jonas Savimbi). UNITA não reconhece resultados eleitorais e retoma a guerra.
Maio de 1993
Desenvolveu uma intensa atividade diplomática que culminou no reconhecimento do Governo angolano pelos Estados Unidos, a 19 de maio, seguido pela maioria da comunidade internacional.
Janeiro de 1996
Recebe o Grande-Colar da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada de Portugal, a 16 de janeiro.
Outubro de 1999
O jornalista Rafael Marques é preso pelas autoridades, na sequência de um artigo que escreveu para o jornal "Agora", no qual chama José Eduardo dos Santos de ditador e o responsabiliza pelo aumento da corrupção.
Fevereiro de 2002
Morte violenta de Jonas Savimbi, em combate, a 22 de fevereiro.
Abril de 2002
Marcando o fim de 27 anos de guerra civil, a 4 de abril, assiste no Palácio dos Congressos, em Luanda, à assinatura do acordo geral de Paz no Luena, entre o General Abreu Muengo Ucuachitembo "Kamorteiro" (UNITA) e o Chefe de Estado-Maior das Forças Armadas Angolana, general Armando da Cruz Neto, na presença do corpo diplomático, líderes religiosos e personalidades da sociedade civil.
Agosto de 2006
Concluiu, a 1 de agosto, o Memorando de Entendimento para a Paz e Reconciliação na província de Cabinda, onde continuava a haver uma forte resistência do enclave no Estado angolano.
Setembro de 2008
Primeiras eleições Legislativas angolanas em 16 anos, realizadas desde 1992. O MPLA vence com 81,64% dos votos.
Março de 2009
Presidente José Eduardo dos Santos faz a primeira visita de Estado a Portugal, a 5 de março.
Janeiro de 2010
O Parlamento aprova a nova Constituição, que reforça os poderes do presidente e acaba com as eleições diretas para a Presidência.
Setembro de 2011
Eclode uma onda de manifestações em Luanda contra o regime de José Eduardo dos Santos. Forças policiais exercem repressão sobre os manifestantes, culminando com a detenção e condenação de vários ativistas.
Agosto de 2012
O MPLA ganha novamente as eleições legislativas, realizadas no dia 31 de agosto, ainda que com menos 10 pontos percentuais. Segundo a Constituição aprovada em 2010, José Eduardo dos Santos, como número um da lista do MPLA, é automaticamente eleito presidente da República por cinco anos.
Novembro de 2013
Reconhece, em entrevista à estação brasileira de televisão "TVBand", que está há "demasiado tempo" no poder.
Outubro de 2014
O presidente angolano anuncia o fim da intenção de formalizar uma parceria estratégica com Portugal durante o discurso sobre o Estado da Nação, no dia 15. Este anúncio culmina uma série de momentos de tensão entre os dois países, particularmente relacionados com investigações judiciais em Portugal a dirigentes angolanos.
Agosto de 2016
É reconduzido no cargo de líder do Movimento Popular de Libertação de Angola, com 99,6% dos votos, no VII congresso ordinário do partido.
Dezembro de 2016
Escolhe o general João Lourenço, ex-comissário político das FAPLA, antigo exército do Movimento Popular para a Libertação de Angola, para candidato do partido à presidência da República nas eleições de 2017.
Setembro de 2018
Abandona o cargo de líder do MPLA e, pela primeira vez, admite falhas durante os 38 anos que esteve à frente dos destinos de Angola.
Janeiro de 2020
Vê a família envolvida na investigação jornalística "Luanda Leaks" onde é revelado que a filha Isabel dos Santos terá beneficiado, ao longo de décadas, de favorecimento político e económico em negócios espalhados um pouco por todo o mundo.
Setembro de 2021
Regressa ao país após mais de dois anos de autoexílio em Barcelona, Espanha, onde se encontrava desde abril de 2019.