O primeiro-ministro húngaro, o ultra-conservador Viktor Orbán, propôs esta quinta-feira uma operação militar europeia na Líbia para estancar a saída de refugiados em direção à UE, afirmando que "não se devia ter matado Kadhafi" e que o seu regime impedia a emigração.
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"Não há dúvida de que, se não há um Governo [na Líbia], não há a quem pedir autorização para defender a costa do norte da Líbia. Ou seja, as forças armadas europeias devem deslocar-se para ali e defendê-la", afirmou o chefe do Governo húngaro em entrevista com a rádio pública do país, "Kossuth", citada pela agência espanhola, Efe.
"O caso levanta problemas de direito internacional, o que não se deve subestimar, mas pode ser resolvido", acrescentou.
Orbán declarou ainda que, "no período da ditadura" de Muammar Kadhafi, "não havia êxodo porque estava em vigor um acordo líbio-italiano", e acrescentou que o regime na Líbia não era democrático, mas pelo menos havia Governo.
"Não se devia ter matado Kadhafi", disse.
É na Líbia que se devia deter os refugiados, acrescentou e "não dividi-los, como num jogo de cartas", pelos países da União Europeia, considerou. E quando a Europa discute a recolocação de refugiados, isto é interpretado como "um convite" a quem quer sair dos respetivos países de origem em África, acrescentou.
O Governo húngaro, à semelhança de outros governos do leste europeu, contestam o sistema de redistribuição dos refugiados proposto pela Comissão Europeia.
"Hoje todo o mundo sabe que a Hungria tinha razão", quando fechou as fronteiras aos refugiados com valas de arame farpado, uma coisa que outros chefes de Governo admitem "apenas em privado", concluiu.