A NATO está a auxiliar os rebeldes a capturar do Muammar Kadafi, confirmou esta quarta-feira o Governo britânico. Serviços de espionagem e de reconhecimento foram disponibilizados aos rebeldes, que nas últimas horas, abandonaram os confrontos com as forças leais ao regime, em Tripoli, para passarem a patrulhar as principais ruas da capital. Na mira, têm os 'snipers" leais a Kadafi.
Corpo do artigo
"Posso confirmar que a NATO está a disponibilizar recursos ao Conselho Nacional de Transição para ajudar a localizar o coronel e outros restos do regime", disse o ministro da Defesa britânico, Liam Fox, em declarações à televisão "Sky News". O governante desmentiu, no entanto, a participação de tropas inglesas nas operações no terreno , em Trípoli.
"Não temos absolutamente qualquer plano para colocar as botas britânicas sobre o terreno", assegurou o ministro, reagindo à notícia publicada esta quinta-feira pelo "Daily Telegraph", segundo a qual as forças especiais britânicas estariam já na Líbia, para a caça a Kadafi.
Rebeldes tentam dominar acesso ao aeroporto
Segundo um repórter da AFP em Trípoli, os combates na capital foram interrompidos durante a noite, ouvindo-se apenas tiros esporádicos depois de, ao longo do dia de quarta-feira, os confrontos se terem concentrado no quartel-general de Kadafi, em Baba al-Ziziya, e no bairro vizinho de Abou Slim, onde se concentram tropas fiéis ao coronel.
Os rebeldes parecem controlar todo o centro da cidade, de acordo com o jornalista da AFP, que constatou durante grande parte do dia que as ruas de Tripoli estavam desertas devido à presença de atiradores furtivos de Kadafi.
Mas após a tomada do quartel-general de Kadafi em Tripoli, continuam a verificar-se bolsas de resistência na capital que se estendem à estrada para o aeroporto.
O controlo dessa via de 25 quilómetros é agora uma prioridade para os rebeldes, tendo-se tornado num campo de guerra.
"Estamos no aeroporto há quatro dias", diz Ahmed Mehdi, membro da rebelião citado pela AFP ao explicar que aquela infraestrutura "não sofreu danos, mas a estrada não é segura".
Na pista do aeroporto permanecem jactos luxuosos de Kadafi dos modelos Airbus A340 e A300, que, segundo Mohammed Akram, engenheiro aeronáutico, são "hotéis de sete estrelas", com casas de banho com torneiras de ouro, quartos, salas, escritórios, cozinhas, que aparentemente têm escapado à troca de tiros.
São ainda visíveis na pista os restos de um Airbus da companhia Afriqiya.
Na sala onde os passageiros recuperam a bagagem, os rebeldes instalaram um hospital de campanha para tratar os combatentes feridos.
De acordo com Arabi Moustapha, outro membro da rebelião, o director do aeroporto felicitou os rebeldes pela tomada daquela infraestrutura e disse esperar que o abastecimento de água e electricidade possa ser restabelecido o mais depressa possível.
A oeste, as forças de Kadafi cercaram Zouara e bombardeiam a cidade, cujo centro é controlado pelos rebeldes.