A NATO vai enviar dezenas de milhares de tropas para exercícios militares por toda a Europa. A medida foi anunciada esta sexta-feira, numa altura em que os países ocidentais procuram dissuadir a agressão russa na Ucrânia. Um dia após os bombardeamentos em Kiev, António Guterres garantiu que não viu o ataque russo como um desrespeito por ele ou pela ONU. Eis os pontos-chave do 65.º dia de guerra.
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- Dezenas de milhares de tropas da NATO e da Força Expedicionária Conjunta participarão nas próximas semanas em exercícios militares na Finlândia, na Polónia, na Macedónia do Norte e ao longo da fronteira entre a Estónia e a Letónia, e estarão apoiados por aviões, tanques, artilharia e veículos blindados de assalto, segundo informação avançada pela agência Associated Press (AP). O Reino Unido anunciou hoje que cerca de oito mil soldados britânicos vão participar no verão em exercícios militares na Europa de Leste ao lado de soldados da NATO, numa "demonstração de solidariedade e força" enquanto continua a invasão russa da Ucrânia.
- O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, não viu os ataques russos de quinta-feira a Kiev como um desrespeito por ele ou pela ONU, mas sim pelo povo ucraniano, disse hoje o seu porta-voz. "O secretário-geral (...) deixou claro que via isso [os ataques] como mais uma razão pela qual a guerra deveria ser cessada. Ele tomou isso realmente como um sinal, não de desrespeito por ele, mas pelo povo de Kiev.
- A Rússia confirmou esta quinta-feira ter feito um ataque com armas "de alta precisão" contra Kiev no dia anterior, provocando a morte a uma jornalista e produtora da rádio Liberty. Mais dez pessoas ficaram feridas nos bombardeamentos.
- Um conselheiro presidencial ucraniano, Oleksiy Arestovych, reconheceu que o exército do país sofreu perdas pesadas quando as forças de Moscovo, que não conseguiram tomar a capital, redobraram os esforços para capturar totalmente a região leste de Donbass. Mas indicou que as baixas no exército russo foram ainda piores: "Temos perdas sérias, mas as perdas dos russos são muito, muito maiores... Têm perdas colossais". O Ministério da Defesa do Reino Unido garantiu esta sexta-feira que as forças russas continuam a centrar esforços nas regiões separatistas de Donetsk e Lugansk.
- Dois britânicos que trabalhavam como voluntários na ajuda humanitária na Ucrânia foram capturados por soldados russos, avançou esta sexta-feira a organização inglesa Presidium Network.
- A Rússia denunciou esta sexta-feira um ataque ucraniano com morteiros contra um posto de fronteira localizado na região de Kursk, no sudoeste do país, sem causar vítimas ou danos materiais.
- A organização não governamental "Human Rights Watch" alertou esta sexta-feira que os refugiados ucranianos na Polónia, sobretudo mulheres e crianças, enfrentam um maior risco de violência de género, tráfico humano e outras formas de exploração. O Governo da Letónia anunciou hoje que está disposto a investir 116 milhões de euros para alojar, alimentar e apoiar os 25 600 refugiados ucranianos registados até à data no país.
- A Organização Internacional para as Migrações (OIM) apelou esta sexta-feira para a doação cerca de 485 milhões de euros para apoiar a sua resposta às necessidades humanitárias das pessoas afetadas pela guerra na Ucrânia e nos países vizinhos. Desde o início do conflito, mais de 7,7 milhões de pessoas tiveram de fugir de suas casas. De de acordo com dados da OIM, mais de 5,3 milhões de refugiados e pelo menos 233 mil cidadãos de países terceiros saíram para países vizinhos.