A denúncia do lado negro da elite russa, que sempre se associou a luxo e corrupção, foi uma das bandeiras de Alexei Navalny. O mais afamado crítico de Putin foi apanhado numa avalanche de processos judiciais, condenado, envenenado e, mesmo afastado da família, bateu o pé. Até morrer.
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Advogado, ativista anti-corrupção e político, o maior opositor de Vladimir Putin, Alexei Navalny, acumulou condenações e inimigos mas não cedeu. "Tenho as minhas convicções", afirmou, no início do ano, numa prisão conhecida por torturar os reclusos, na Sibéria. É preciso "estarmos dispostos a defendê-las" e, se necessário, "a fazer sacrifícios". Morreu esta sexta-feira, aos 47 anos, depois de uma caminhada na cadeia e de uma vida dedicada a tentar derrubar o Governo de Putin.
Não conseguiu, mas incomodou, fez mossa, e foi dono do nome que o presidente russo fez sempre questão de não pronunciar em voz alta. Em 2003, ainda jovem advogado, juntou-se ao partido Yabloko, uma formação liberal da década de 1990 hoje quase extinta. Em 2007, acabaria por ser expulso, acusado de ideologia nacionalista e violenta.

