A nave espacial russa Soyuz MS-27 atracou hoje com sucesso na Estação Espacial Internacional (ISS), pouco mais de três horas depois de ter descolado do cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, informou a agência espacial russa Roscosmos.
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A Soyuz MS-27 transportou para a ISS os astronautas russos Sergei Ryjikov e Alexei Zubritskiy e o norte-americano Jonny Kim, da NASA. A manobra de atracagem da Soyuz com o módulo Rassvet, parte do segmento russo da plataforma orbital, foi realizada automaticamente e transmitida em direto pela televisão, segundo a agência noticiosa espanhola EFE.
Kim, Ryzhikov e Zubritsky deverão passar cerca de oito meses no posto avançado espacial e efetuar 50 experiências científicas no espaço até regressarem à Terra, a 9 de dezembro.
Com a chegada do trio, nas próximas duas semanas a ISS contará com 10 residentes, incluindo os astronautas da NASA Nichole Ayers, Anne McClain e Don Pettit, o da Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial (JAXA) Takuya Onishi e os da Roscosmos Kirill Peskov, Ivan Vagner e Alexey Ovchinin.
A expedição dos recém-chegados, a 73.ª, iniciar-se-á a 19 de abril, após a partida de Pettit, Ovchinin e Vagner, no final de uma missão científica de sete meses a bordo do laboratório orbital.
Cooperação entre Rússia e e EUA no espaço
Segundo a Roscosmos, a nave que chegou à ISS, com uma pintura em homenagem ao 80.º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial, descolou às 10.47 horas locais (6.47 horas em Portugal continental) do cosmódromo de Baikonur, alugado pela Rússia ao Cazaquistão.
O espaço é um dos últimos domínios de cooperação entre a Rússia e os Estados Unidos, com relações marcadas por tensões, nomeadamente devido ao conflito na Ucrânia, embora Moscovo e Washington tenham retomado recentemente as conversações sob o impulso do Presidente norte-americano, Donald Trump.
No âmbito das sanções contra a Rússia, os países ocidentais puseram termo à parceria com a Roscosmos, mas as naves Soyuz continuam a ser um dos únicos meios de transporte de tripulações para a ISS. O setor espacial russo, historicamente um orgulho para o país, tem sofrido durante anos de subfinanciamento crónico, escândalos de corrupção e fracassos como a perda da sonda lunar Luna-25 em agosto de 2023.
No entanto, estes problemas não diminuíram as ambições da Rússia, que pretende construir a própria estação orbital para substituir a envelhecida ISS e retomar as missões à Lua. A agência russa está também a procurar novas parcerias com países do Sudeste Asiático, de África e do Médio Oriente.