
O navio de cruzeiros russo "Lyubov Orlova", abandonado em águas internacionais, próximo do Canadá, há dois anos, tem andado a alimentar a imaginação dos britânicos. A imprensa chegou a lançar um alerta de que a embarcação se aproximava da Grã-Bretanha, trazendo centenas de ratazanas enormes que, à falta de alimento, tornaram-se canibais.
A imprensa britânica desenterrou um alerta dado em março do ano passado, sobre a possibilidade do navio "Lyubov Orlova", à deriva no Atlântico Norte, poder estar a aproximar-se da Grã-Bretanha.
Na ocasião, foram recebidos dois sinais, provavelmente oriundos de botes salva-vidas que caíram às águas. Os sinais mostravam que o barco já havia feito dois terços da distância entre o Canadá e a Grã-Bretanha. Tal facto, que foi reportado às autoridades marítimas britânicas, fez lançar o alerta de que a embarcação poderia estar a aproximar-se da costa britânica.
Chris Reynolds, diretor da Guarda Costeira irlandesa, explicou então que o alerta sobre a aproximação do navio surgiu em março do ano passado. Durante três meses, procuraram localizar o "Lyubov Orlova", recorrendo a satélites e imagens de radar. Contudo, o navio não foi localizado. "Teremos de continuar atentos", disse apenas ao jornal britânico "The Guardian".
O diretor da Guarda Costeira irlandesa admite até que o barco possa se ter afundado com os muitos temporais que se têm feito sentir nos últimos tempos, embora saiba que não é fácil afundar um navio daquele porte.
Por seu turno, um porta-voz da Agência Marítima e Guarda Costeira do Reino Unido informou que desde abril do ano passado que não há qualquer relato de avistamento da embarcação.
O navio - que tem o nome de uma atriz russa - foi construído na Jugoslávia em 1976 e esteve durante muito tempo abandonado num porto canadiano, por causa de dívidas dos seus proprietários. Até que surgiu a hipótese de venda a uma empresa da República Dominicana para sucata. Naquela que seria a sua última viagem pelos mares, uma peça do reboque soltou-se e a embarcação acabou à deriva no mar, em águas internacionais.
Quanto à presença de ratazanas canibais no seu interior, tudo não passará mesmo de um excesso de imaginação da imprensa britânica.
