Um navio organizado por uma coligação internacional de ativistas para entregar ajuda humanitária a Gaza resgatou vários migrantes do mar perto de Creta, informou um grupo de apoio na Grécia esta sexta-feira.
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O Madleen, lançado pela Coligação Flotilha da Liberdade, afirmou ter recebido um sinal de socorro de um barco no Mediterrâneo, obrigando-o a mudar de rumo na costa de Creta. O Madleen tem "uma tripulação de 12 ativistas pacíficos" a caminho de Gaza "com o objetivo de furar o bloqueio da Palestina pelo Estado de Israel", informou o grupo Marcha para Gaza. "Ao chegar, verificou-se que o barco estava a afundar com aproximadamente 30 a 35 pessoas a bordo".
Nesse momento, o Madleen foi abordado por um navio que se identificou inicialmente como egípcio. "Os ativistas a bordo do Madleen rapidamente perceberam que se tratava de uma identificação falsa e que o navio era, na verdade, um navio da guarda costeira líbia", disseram.
A Líbia não é considerada um país seguro e, por esse motivo, alguns refugiados saltaram para o mar para evitar serem devolvidos. "O Madleen resgatou quatro sudaneses que tinham saltado para a água e trouxe-os a bordo".
Após várias horas de pedidos de ajuda, um navio da Frontex resgatou finalmente os indivíduos, informou o grupo, referindo-se à agência fronteiriça e guarda costeira da União Europeia.
O Madleen partiu da Sicília no domingo. A ativista climática sueca Greta Thunberg também está a bordo.
A Coligação Flotilha da Liberdade, lançada em 2010, é um movimento internacional não violento que apoia os palestinianos. Combina a ajuda humanitária com o protesto político contra o bloqueio israelita a Gaza.
Israel tem sido alvo de crescentes críticas internacionais devido à grave situação humanitária no território palestiniano ocupado. O país bloqueou toda a ajuda a Gaza a 2 de março. As Nações Unidas alertaram a 30 de maio que toda a população de mais de dois milhões de pessoas corria o risco de fome.
Combatentes do grupo palestiniano Hamas lançaram um ataque contra Israel em 7 de outubro de 2023. Um total de 1218 pessoas morreram, a maioria civis, de acordo com uma contagem da AFP baseada em dados israelitas. Os militantes sequestraram 251 reféns, 55 dos quais permanecem em Gaza, incluindo 32 que, segundo o exército israelita, estão mortos.
Desde outubro de 2023, a guerra de retaliação de Israel contra Gaza, controlada pelo Hamas, matou 54.677 pessoas, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. As Nações Unidas consideram os dados do Ministério da Saúde fiáveis.
O Tribunal Penal Internacional emitiu mandados de detenção contra o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu e o ex-ministro da Defesa israelita Yoav Gallant por alegados crimes de guerra e crimes contra a humanidade em Gaza.