As negociações indiretas entre rebeldes e enviados do presidente sírio estão perto de uma "declaração final", disse o enviado especial da ONU para a Síria no segundo dia de conversações de paz em Astana.
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"Estamos perto de uma declaração final. Há discussões muito intensas porque não se trata apenas de um papel, trata-se do fim das hostilidades", disse Staffan de Mistura, estimando que as negociações poderão ficar concluídas esta terça-feira.
O porta-voz dos rebeldes sírios Yehya al-Aridi disse que o grupo não iria assinar uma declaração que saísse das negociações, afirmando que a mesma seria divulgada pelos seus patrocinadores - a Turquia do lado dos rebeldes, e a Rússia pelo regime sírio e possivelmente o Irão.
Aridi acrescentou que a declaração final era um "documento geral" que "não é para ser assinado pelas partes".
Os rebeldes retiraram-se na segunda-feira das negociações cara a cara com o regime de Damasco devido aos continuados bombardeamentos e ataques num posto fronteiriço fora da capital.
A oposição armada disse que as negociações de Astana devem ter como objetivo reforçar a frágil trégua negociada por Moscovo e Ancara no mês passado, mas o regime de Bashar al-Assad pediu uma solução política para o conflito e para os rebeldes entregarem as armas em troca de uma amnistia.
O primeiro dia das negociações não revelou qualquer avanço aparente.
Mais de 310 mil pessoas foram mortas e mais de metade da população síria foi deslocada desde o início do conflito em 2011.