O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, garantiu este domingo que Israel não lançará uma operação militar em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, enquanto a população estiver "encurralada", após um encontro com o chanceler alemão, Olaf Scholz.
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"Não é algo que faremos deixando a população encurralada. Na verdade, faremos o contrário", afirmou, numa altura em que a comunidade internacional tem advertido contra um ataque das forças israelitas nesta cidade, onde, segundo as Nações Unidas, estão deslocados quase 1,5 milhões de palestinianos.
Após o encontro, no gabinete do primeiro-ministro Netanyahu em Jerusalém, Scholz opôs-se a uma invasão terrestre de Rafah.
Segundo Israel, quatro batalhões do movimento islamita Hamas ainda estão ativos nesta cidade no sul do enclave, na fronteira com o Egito.
"Como se pode proteger mais de 1,5 milhões de pessoas, para onde podem ir?", questionou o chanceler, que manifestou relutância não só por uma questão de "lógica militar", mas sobretudo, como outras potências, incluindo os Estados Unidos, já alertaram, por uma questão humanitária.
Antes, no início da reunião do seu executivo, Benjamin Netanyahu tinha garantido que a pressão internacional não impedirá Israel de lançar uma ofensiva em Rafah.
A Alemanha, desde os ataques do Hamas em 7 de outubro, tem estado entre os países que mais demonstraram solidariedade com Israel.
Palestiniano detido morreu
A Sociedade dos Presos Palestinianos denunciou, este domingo, morte de um detido numa prisão israelita, naquele que é o 14.º caso de morte de presos palestinianos no sistema prisional israelita desde 7 de outubro.
A última morte é a de Mohamed Abu Sneina, um palestiniano de Jerusalém que morreu no Hospital Hadassah, em Israel.
No sábado, um prisioneiro beduíno israelita, identificado como Juma Abu Ghanima, de 26 anos, morreu no hospital.
A Sociedade dos Prisioneiros Palestinianos confirmou 250 casos de prisioneiros palestinianos que morreram nas prisões israelitas desde 1967.
Atualmente, há cerca de 9100 prisioneiros palestinianos nas prisões israelitas, dos quais 3558 se encontram em detenção administrativa, um estatuto jurídico que permite às autoridades israelitas manter indefinidamente sem acusação os suspeitos de crimes terroristas