O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse este domingo, no final de um conselho de ministros, que "não é possível aceitar" que as tréguas em discussão no Cairo garantam o fim definitivo das hostilidades em Gaza.
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"Quando Israel mostra a sua boa vontade, o Hamas persiste nas suas posições extremas, incluindo a sua exigência de retirada das nossas forças da Faixa de Gaza, o fim da guerra e a preservação do Hamas", disse o primeiro-ministro, citado pela agência noticiosa norte-americana AP, concluindo: "Israel não pode aceitar isto".
No sábado, um responsável do movimento islamita palestiniano Hamas, a negociar na capital egípcia uma trégua na Faixa de Gaza, reiterou que "em nenhuma circunstância aceitará um acordo que não preveja explicitamente o fim da guerra".
"As nossas informações confirmam que Netanyahu [primeiro-ministro israelita] retarda um acordo por cálculos pessoais", afirmou à agência noticiosa AFP o mesmo responsável, que pediu para não ser identificado.
Benjamin Netanyahu tem reafirmado estar determinado a realizar uma grande ofensiva contra Rafah, uma cidade no sul da Faixa de Gaza que considera ser o último reduto do Hamas, e exclui terminar a guerra em curso há cerca de sete meses antes de ter aniquilado o movimento islamita.
Os mediadores do conflito - Egito, Qatar e Estados Unidos - têm tentado uma trégua entre Israel e o Hamas, incluindo uma pausa na ofensiva israelita e a libertação de palestinianos em troca da libertação de reféns feitos durante o ataque do Hamas contra Israel a 7 de outubro de 2023.
Desde o início da guerra entre Israel e o Hamas apenas houve uma trégua, no fim de novembro, que durou uma semana e permitiu a libertação de 105 reféns, incluindo 80 israelitas e de dupla nacionalidade, em troca de 240 palestinianos que tinham sido detidos por Israel.
O responsável do Hamas que falou à AFP acusou Israel de procurar "recuperar os seus reféns sem ter que cessar a sua agressão a Gaza".
Um alto responsável israelita afirmara anteriormente que o Hamas "impediu qualquer possibilidade de um acordo" de trégua ao insistir no fim da guerra nas suas discussões com os mediadores no Cairo, no Egito.
Hezbollah ataca norte de Israel
O movimento islâmico libanês Hezbollah disse hoje que disparou "dezenas" de foguetes contra o norte de Israel como retaliação pelo ataque aéreo atribuído aos israelitas, que matou três pessoas, um casal e o filho, no sul do Líbano.
Esta informação foi adiantada num comunicado, citado pela AFP, em que o Hezbollah afirma que disparou "dezenas de foguetes do tipo Katiousha e Falaq" contra Kiryat Shmona, no norte de Israel, "em resposta ao horrendo crime que o inimigo israelita cometeu em Mays al-Jabal" que resultou na morte de três civis, além de vários feridos.
A morte da família libanesa foi avançada pela agência nacional de notícias libanesa, tendo a informação sido confirmada pela agência AFP junto do responsável do município de Mays al-Jabal, Abdelmoneim Choukeir, que referiu a incursão israelita, adiantando que os três mortos são "um casal e o seu filho" que "foram martirizados".
De acordo com a agência noticiosa libanesa, no momento deste ataque os habitantes da aldeia estavam a inspecionar os danos nas casas provocados por bombardeamentos anteriores, tendo os feridos sido transportados para hospitais da região.
Em quase sete meses de violência nesta zona da fronteira entre os dois países, pelo menos 389 pessoas, incluindo 255 elementos do Hezbollah e mais de 70 civis, foram mortas no Líbano, segundo a contagem da AFP. A estes, juntam-se pelo menos 11 mortes entre as fileiras do Hamas.
Do lado de Israel, um relatório oficial aponta para 11 militares e nove civis mortos.