O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, prometeu esta quarta-feira uma "operação poderosa" em Rafah, "depois" de as forças israelitas permitirem a saída de civis desta cidade no sul da Faixa de Gaza.
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Lutaremos até à vitória completa, e isto inclui uma ação poderosa em Rafah, depois de termos permitido que a população civil abandone as zonas de combate", afirmou numa mensagem na sua conta oficial na rede social X (antigo Twitter).
Israel está a planear um ataque a Rafah, junto à fronteira com o Egito, apesar dos avisos em sentido contrário dos aliados e organizações internacionais, alarmadas com potenciais consequências humanitárias.
As organizações estimam que estejam deslocados nesta cidade, outrora habitada por cerca de 200 mil habitantes, entre 1,3 a 1,5 milhões de palestinianos, vindos no centro e norte da Faixa de Gaza, na sequência dos numerosos ataques do exército israelita contra posições do movimento islamita Hamas tanto em Gaza (norte) como em Khan Yunis (centro/sul), em curso há quase quatro meses.
No início desta semana, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, questionou para onde podem sair os palestinianos: "Netanyahu não ouve ninguém. Diz que as pessoas [palestinianas] têm de sair. Para onde? Para a Lua? Para onde vão estas pessoas?".
Também o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, rejeitou que exista um cenário realista para a retirada da população palestiniana em Rafah, no caso de uma ofensiva terrestre israelita, alertando que "não há nenhum lugar seguro" no enclave.
O conflito na Faixa de Gaza entre o Hamas e Israel foi desencadeado após o ataque sem precedentes do movimento islamita palestiniano em território israelita, em 7 de outubro passado, em que morreram mais de 1160 pessoas, na sua maioria civis, de acordo com uma contagem da agência noticiosa francesa AFP baseada em dados oficiais israelitas.
O Hamas, considerado terrorista pela UE, Estados Unidos e Israel, fez ainda 253 reféns, dos quais 130 ainda permanecem cativos em Gaza.
Em retaliação, Israel está a levar a cabo uma ofensiva militar em grande escala que já fez mais de 28.500 mortos em Gaza, a grande maioria civis, e dezenas de milhares de feridos, segundo os últimos dados do Ministério da Saúde do Hamas, que controla o enclave palestiniano desde 2007.